Alunos da Escola de Belas Artes fazem protesto em local onde faculdade deveria estar funcionando desde 2011
POR ANA CLÁUDIA COSTA
RIO - Como forma de protesto, aproximadamente 50 alunos e professores da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EBA-UFRJ) fizeram nesta segunda-feira uma inauguração simbólica do que deveria ser o novo prédio da instituição na Ilha do Fundão, cuja entrega estava prevista para 2011. Com direito a fitas vermelhas e até placa comemorativa, o ato foi realizado em frente a um terreno cercado por tapumes. O grupo, com o auxílio de estudantes de arquitetura, ainda apresentou um aplicativo de celular que simula a existência de um edifício de dois pavimentos no local.
De acordo com a professora de História da Arte Aline Couri, as obras deveriam ter começado em março de 2010. Num dos tapumes do terreno, que fica próximo à reitoria da UFRJ, uma placa com o nome da construtora Lytorânea e do engenheiro responsável é o único sinal do projeto da nova EBA. Atualmente, segundo Aline, funcionários e alunos usam salas cedidas pela Escola de Arquitetura que não seriam adequadas para as atividades artísticas.
— Trabalhamos em um prédio que fica aquém das necessidades dos alunos. Estamos esperando desde 2010 a construção dessa nova sede da escola, cujo projeto tem um pé-direito mais alto para abrigar o ateliê de grandes esculturas. Até onde sabemos, a construtora deixou a obra e nada foi feito até agora — disse Aline.
Aluna da EBA e umas das idealizadoras do protesto, Flora Pereira Flor afirmou que os alunos estão sendo prejudicados pela demora na construção do prédio:
— Nossa nova escola teria salas de aula, oficinas, cursos para escultores e ateliês com mais recursos para todos os projetos da faculdade.
A pró-reitora de Gestão e Governança da UFRJ, Aracéli Cristina de Sousa Ferreira, disse que o prédio não foi construído devido a “problemas judiciais’’. Ela acrescentou que a empresa Lytorânea não cumpriu o contrato com a universidade, embora tenha recebido R$ 783.449 por um projeto que não foi aceito pela instituição.
Ainda de acordo com Aracéli, a empresa entrou na Justiça contra a universidade e, agora, a UFRJ espera a decisão judicial para requerer a devolução do valor já pago à Lytorânea. A pró-reitora informou que uma outra empresa será escolhida para fazer a construção do prédio, avaliado em R$ 9.768.984. Nenhum representante da Lytorânea foi localizado para comentar o assunto.
Outros quatro edifícios da UFRJ estão com obras paralisadas. Iniciada em fevereiro de 2012, a construção dos prédios que abrigariam as faculdades de Administração, Ciências Contábeis e de Educação e a Decania do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, que deixarão o campus da Praia Vermelha, tinha prazo de 420 dias para a execução. Hoje, o complexo que seria chamado de Centro de Convergência se resume a três esqueletos — o quarto prédio sequer começou a ser erguido.
Fonte: O Globo
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