quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Uma mulher não se levanta para o racismo no Sul dos Estados Unidos

Ao se recusar a ceder o lugar no ônibus para um branco, a negra Rosa Parks iniciou um movimento que acabaria com a segregação racial no país

Pode um assento no ônibus assegurar o lugar de alguém na História? No caso de Rosa Parks, sim. Em 1º de dezembro de 1955, em Montgomery, no estado americano do Alabama, essa mulher negra de 42 anos recusou-se a ceder seu lugar a um homem branco. Rosa Parks foi presa por desobedecer às leis que estabeleciam a distinção racial, mas a repercussão do caso deu origem a um boicote aos ônibus coordenado pelo reverendo Martin Luther King (1929-1968). O protesto durou 381 dias e terminou com uma decisão histórica da Suprema Corte, declarando inconstitucionais todas as formas de segregação nos ônibus.

O detalhe é que naquele dia, voltando para casa depois de um dia de trabalho, Rosa se sentou na área do ônibus destinada aos negros. Mas uma lei local determinava que, se não houvesse assentos vagos entre os reservados aos brancos, estes podiam ocupar o lugar de um negro. Montgomery foi palco das manifestações mais dramáticas. Os 48 mil negros da cidade - cerca de 75% da população - aderiram em peso ao boicote. As reivindicações eram relativamente modestas: eles queriam ser tratados com cortesia, sem a obrigação de ceder lugar aos brancos, e pediam a contratação de motoristas negros. As autoridades não os atenderam.

A reação nada teve de pacífica. Houve casos de constrangimento policial e bombas explodiram em casas de líderes negros. A batalha, no entanto, seria ganha e marcaria o nascimento de uma liderança negra fundamental. O pastor batista Martin Luther King, na época com 26 anos, faria história a partir dali, até ser derrotado pela violência que ele repudiava como instrumento de luta.

Rosa Parks sendo fichada na polícia por não ceder o lugar a um homem branco no ônibus Manchete

Fonte: O Globo

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