quarta-feira, 27 de maio de 2015

"Basta de corrupção!"

Rodrigo Janot diz que está na hora de dar um basta à corrupção
Prédio da PGR em Brasília recebeu adesivo de campanha contra esse tipo de crime

Campanha coloca adesivo contra a corrupção no prédio da PGR, em Brasília - Givaldo Barbosa / Agência O Globo
 
— A corrupção não pode ser vista como algo cotidiano e que permeia nossas vidas. Chegou a hora de dar um basta. Corrupção, não! — disse Janot.

O procurador elevou a voz ao proclamar o "não" à corrupção. Janot tem sido pressionado desde o início do ano quando pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito contra políticos suspeitos de envolvimento com a corrupção na Petrobras, entre eles os presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Parlamentares ligados aos dois estão atuando para desgastar e até mesmo impedir a recondução do procurador-geral.

O mandato de Janot termina em setembro. As eleições internas são dadas como favas contadas para o procurador-geral. Mas, ainda assim, deputados e senadores alvos das investigações da Lava-Jato têm se movimentado nos bastidores para derrubar uma eventual indicação do procurador-geral em sabatina no Senado. O procurador não falou explicitamente sobre as manobras dos políticos investigados, mas reafirmou que não está preocupado com o cargo.

— Eu não procuro emprego. Eu tenho uma função publica, que exerço por concurso público, há 31 anos — afirmou.

O procurador sinalizou ainda que uma eventual substituição dele no cargo não significaria o fim das investigações da Lava-Jato. Ele argumenta que o Ministério Público está fechado no combate à corrupção. As investigações não são personalizadas. A ausência de um investigador pode ser suprida por outro com ainda mais força.

— Se um colega não fizer, não se iludam, outro o fará — afirmou.


O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que também participou da solenidade, disse que o combate à corrupção não é uma opção ideológica, mas um dever do Estado. O ministro elogiou o papel do Ministério Público no combate à corrupção e disse ainda que o governo já tomou importantes iniciativas para coibir desvios na administração pública, mas sempre é possível fazer mais nesta área.

— A impunidade de corrupto e corruptores tem que chegar ao fim — disse Cardozo.Organizado pelo Ministério Público Federal em parceria com a Associação ibero-americana de Ministérios Públicos (AIAMP), a campanha une 21 países contra a corrupção.

Entre as metas da campanha, estão utilizar a internet para mostrar à população a importância de combater a corrupção não apenas na esfera do poder, mas em suas vidas pessoais, além de mostrar o papel do Ministério Público no combate à corrupção.

Para tentar engajar o internauta, a campanha conta com um hotsite e uma página no Facebook, onde é possível compartilhar as peças.
 
POR JAILTON DE CARVALHO - O Globo

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