quarta-feira, 20 de maio de 2015

Brasília - Hora Amarela


Dois reencontros marcam a montagem brasileira de Hora Amarela (Through the Yellow Hour), do dramaturgo norte-americano Adam Rapp. Dez anos após o sucesso de ‘Baque’ (2005), Monique Gardenberg volta a dirigir um texto de Adam Rapp e contar com Deborah Evelyn, após dirigi-la em Baque (2005). A primeira experiência da diretora com o autor norte-americano foi ‘Inverno da Luz Vermelha’, montado em 2011.

Com estreia no dia 22 de maio no Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (CCBB), o texto ganhou tradução de Isabel Wilker, que também está no elenco. A atriz Mônica Torres, que assistiu à montagem original e adquiriu os direitos do texto, é a idealizadora do projeto. A peça já fez temporada no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Após a sessão do dia 13 de junho, haverá um bate-papo da série Encontros Vivo EnCena, com a participação do elenco com o público e mediação de Expedito Araujo, curador artístico do projeto.

“Hora Amarela é diferente de tudo que já fiz. Logo que recebi o convite de Deborah e Mônica fiquei resistente. Nunca havia imaginado encenar uma ficção científica. Mas aos poucos fui me dando conta que, embora a história se passe no futuro, tudo o que acontece em cena já foi, de uma forma ou de outra, produzido pelo homem, tem uma base real que a torna assustadora e nos faz refletir sobre os caminhos da humanidade’, conta Monique sobre o texto, cuja ação se passa em uma New York sitiada e arrasada por uma guerra misteriosa e violenta.

‘Quando assisti à montagem americana, me despertou novamente a vontade de produzir, adormecida há quase duas décadas. Quis trazer para cá esta discussão que o Adam Rapp propõe sobre intolerância, religião, fanatismo e preconceito. É um momento muito oportuno’, conta Mônica Torres, que logo mandou o texto para Deborah e as duas convidaram Monique para assumir a direção da empreitada.

Escondida há três meses no porão de seu prédio, Ellen (Deborah Evelyn) faz de tudo para sobreviver e não perder a esperança de rever o marido desaparecido. No desenrolar da peça, ela é surpreendida com a chegada de diferentes personagens, como Maude (Isabel Wilker), jovem viciada em drogas à procura de abrigo, o professor Hakim (Michel Bercovitch), que traz notícias do mundo externo e um fugitivo Sírio (Daniel Infantini) que não consegue se comunicar por não falar outra língua. A situação se torna cada vez mais desoladora e Ellen tenta desesperadamente seguir em frente e se manter viva.

Para recriar este ambiente de extrema destruição, Monique convidou Daniela Thomas (cenografia), Cassio Brasil (figurinos) e Maneco Quinderé (iluminação), parceiros da diretora em ‘Inverno da Luz Vermelha’ (2010). ‘Estamos em um bunker fechado e claustrofóbico. Daniela trabalhou em cima desta ideia, a de um porão fechado abaixo do solo. A vida se passa, portanto, sobre a cabeça dos atores’, diz Monique, ressaltando que a luz virá quase sempre de fontes em cena, como luminárias, lanternas e resistências.

Outro ponto fundamental para o desenvolvimento dos conflitos é a trilha sonora, composta especialmente para o espetáculo pelo músico paulista Lourenço Rebetez. Segundo Monique, o som ‘comenta’ toda a peça: ‘Quando li o texto, pensei: tem que ser rápido, doloroso e muito tenso. A forma de criar esta tensão seria através da trilha sonora, algo que precisaria ser composto. Por coincidência, antes de começarem os ensaios, assisti a um ballet do coreógrafo Ricardo Linhares musicado pelo Lourenço. Além de um profundo conhecimento musical, ele é um pensador inquieto. Eu precisava desta combinação’, conta a diretora.

Hora Amarela é um espetáculo integrante do projeto Vivo EnCena
​, ​uma iniciativa da Vivo que estimula o intercâmbio de projetos de artes cênicas com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento do país e da sociedade como um todo. 
​​Após a apresentação do dia 13 de junho, acontece mais uma edição da série “Encontros Vivo EnCena” em Brasília, que conta com a participação do elenco do espetáculo a partir do tema “Teatro e Transformação”, com mediação de Expedito Araujo, curador artístico do projeto.

​Dica​:
Hora Amarela
​D​e 22 de maio a 21 de junho. De quinta a sábado, às 21h, e domingos, às 20h.
Local: Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB Brasília – Teatro I
​ (​SCES, Trecho 02, lote 22​)​
Valores: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia-entrada)
Horário de funcionamento bilheteria CCBB: de quarta a domingo, de 13h às 21h
Classificação indicativa: 16 anos
Mais informações: 3108-7600

Fonte: Dicas da Capital

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