Você já ouviu falar do Capão Redondo, em São Paulo? Localizado a cerca de 18 quilômetros ao sudoeste do marco zero da cidade, o bairro por muito tempo só aparecia em manchetes devido a episódios de violência. Porém, há 14 anos um grupo de pessoas criou um evento que hoje é a principal referência para a literatura marginal brasileira.
Faça chuva ou faça sol, o Sarau da Cooperifa acontece toda semana. Costumava ser às quartas-feiras, mas agora mudou para as terças. Dezenas e às vezes até centenas de pessoas vão ao espaço que já se tornou tradicional: o Bar do Zé Batidão. Mais do que apenas um bar, o lugar é um ponto de referência cultural no extremo sul da cidade, pois abriga uma biblioteca e volta e meia também recebe sessões gratuitas de cinema em sua laje.
O sarau foi criado em 2001, a partir da iniciativa do poeta e agitador cultural Sérgio Vaz com alguns parceiros seus. De lá para cá, o objetivo se manteve sempre o mesmo: levar conhecimento literário para jovens da periferia como forma de ajudar a formar seu caráter cidadão.
Não há restrições para quem quer participar com sua poesia. Basta chegar, dar o nome e aguardar a vez. O único limite é para o tamanho da obra, que deve ter no máximo uma lauda. É uma medida democrática para que todos tenham vez no microfone. Outra regra de convivência respeitada é que as apresentações devem ser ouvidas em silêncio e aplaudidas no final.
Resistindo de forma independente ao longo dos anos, o projeto se tornou a principal porta de entrada para muitos tomarem gosto pela literatura. E inclusive já serviu de inspiração para a multiplicação de outras iniciativas semelhantes em regiões periféricas distintas, como por exemplo o Sarau da Brasa (na Brasilândia) e o Sarau de Paraisópolis.
Acompanhe as atividades do Sarau da Cooperifa por aqui.
Fonte: Hypeness
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