Como diz Lia de Itamaracá, a Rainha da Ciranda, "para se dançar ciranda, juntamos mão com mão, formamos uma roda, cantando uma canção". O espírito da dança da ciranda está na formação da roda. Em círculo, os participantes são todos iguais e dependem uns dos outros para formar a dança, dando-se as mãos, assim como a rainha canta "minha ciranda não é minha só, ela é de todos nós, ela é de todos nós".
Há tantos tipos de ciranda, espalhados pelo mundo. Dar as mãos, afinal, pertence ao humano. A Ciranda, assim, não é simplesmente um ritmo, uma dança. Ela vai além. No giro do círculo, no dar as mãos, na sincronia dos passos, os cirandeiros se unem, se integram, são iguais. A dança logo se transforma em uma espécie de ritual, ao qual todos pertencem, do qual ninguém quer sair e todos querem fazer parte e podem: ele inclui a todos.
O documentário Quem me deu essa Ciranda leva para o mundo dos maiores cirandeiros do Brasil, para descobrir um pouco mais sobre essa cultura, essa música, essa dança, enraizada em Pernambuco, mas que transpassa o país. Lia traz o toque universal. Dulce e Severina nos apresentam o quase mitológico Mestre Baracho, seu pai e maior cirandeiro que a região conheceu. João Limoeiro dá um sinal de continuidade e mantém a cultura também no interior, onde ela nasceu, com o grande Mestre.
"Minha Ciranda não é minha só, ela é de todos nós, ela é de todos nós..."
Nenhum comentário:
Postar um comentário