quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Chocante ensaio de fotos mostra expressões dos excluídos da sociedade


Dependentes de drogas, sem-teto ou pobres. Em muitos casos, as três coisas de uma só vez. O fotógrafo Lee Jeffries mergulhou na vida do bairro de Overtown, em Miami, Estados Unidos, para descobrir as histórias e registrar as expressões de todos os que, não tendo perdido a humanidade, parecem esquecidos por ela.

“Ela é um ser humano, ela se preocupa com as outras pessoas. Ela é muito mais do que os rótulos”. Jeffries se refere a Margo Stevens, uma das mulheres fotografadas no projeto. Estrela pornô da década de 90, Margo foi também acompanhante de luxo e stripper. Fez bom dinheiro, mas hoje vive numa pequena garagem abandonada, que se esforça por dividir com cinco mulheres. Quase todas são viciadas e cada uma delas vive do dinheiro que ganha como profissional do sexo.

“Ela foi explorada toda a sua vida, mas, ainda assim, ela continua incrivelmente humana”, diz o fotógrafo, para quem registrar histórias como as de Margo se tornou bem mais do que um emprego.


Lee Jeffries tomou como sua a missão de revelar a face humana do vício, da pobreza e da falta de um teto onde se lavar, comer, dormir. Os rostos que encontrou estarão infinitamente marcados pelas linhas profundas que a vida deixou. Os retratos, feitos em preto e branco, captando cada expressão, cada ruga, a textura da pele ou a força do olhar, colocam estas pessoas, não raras vezes marginalizadas, num novo lugar, de respeito, de exaltação da individualidade, da beleza e da dignidade de cada um.


Na foto, Smoke. Ao longo de anos conturbados, ele foi baleado por três vezes, uma delas no rosto.


Ainda que não solucione a maioria dos problemas, Jeffries usa a iniciativa como forma de mostrar que existem pequenas coisas que todos podemos fazer.


John, sem-teto, é muitas vezes visto em Lincoln, South Beach, fazendo flores de folhas de palmeira para turistas.


Como em todas as outras situações da vida, as crianças são influenciadas pelo ambiente em que vivem os pais, mesmo que por vezes nem os conheçam.



O fotógrafo diz ter ficado marcado pelo projeto e por histórias de abuso por parte da indústria do sexo, como a de Margo. No entanto, histórias como essas se multiplicam nas ruas. Nas fotos acima, mais um exemplo de pobreza extrema, Latoria.



Rotuladas de “crack whores” (Prostitutas do crack), mulheres como Margo chegam a vender o corpo por 10 dólares, o suficiente para alimentar o vício por mais um tempo. São mal-tratadas pelos homens e têm consciência das suas escolhas. O fotógrafo, mais uma vez acerca de Margo: “ela opta por não se ajudar a si mesma e, talvez, o aperto de sua dependência é tal que ela nem pode [se ajudar]. Ela entende o que ela está fazendo, a vida que está vivendo. Ela entende as escolhas que faz, ela simplesmente não consegue ver uma saída”.


Margo (à direita) com uma das mulheres (algumas são quase meninas) com quem vive na garagem e que trocam o corpo por dinheiro, a maioria para alimentar o vício.


Cowboy é mais um dos nomes que circula e dorme no piso irregular das ruas de Overtown.



Acima Snow. Ou Trish.


Um leilão de imagens como a de cima, em Paris, rendeu 20 mil euros para uma instituição de caridade e apoio a sem-tetos.


Britanny



Trish é prostituta e na foto acima é retratada sem a peruca que usa habitualmente, quando assume o alter-ego Snow.


Fonte: Hypeness

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