segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Mais sexo é melhor, mas só até um certo ponto

MAIS SEXO


A maioria das pessoas concorda que um relacionamento romântico feliz também tem sexo, mas as pesquisas não deixam claro a quantidade ideal de sexo. Será que o sexo tem efeito ilimitado sobre a felicidade – ou seja, quanto mais você transa mais feliz você é? Ou será que há um limite depois do qual o estresse de atingir um certo número cancela os benefícios de felicidade?

Os defensores dos desafios do sexo todos os dias – e há um número surpreendente desses desafios, no qual os parceiros se comprometem a transar uma vez por dia durante um certo período – afirmam que transar diariamente pode reacender o desejo e aumentar a felicidade do casamento.

Essa abordagem pode funcionar para alguns casais (especialmente aqueles que escreveram livros a respeito), mas uma nova pesquisa sugere que há limites na associação entre sexo e felicidade.

Um estudo publicado na revista Social Psychological and Personality Science indica que, uma vez que o casal transa uma vez por semana, a felicidade pessoal e a felicidade no relacionamento começa a se estabilizar.

A autora Amy Muise, pesquisadora de sexo e romance da Universidade Toronto Mississauga, diz que se trata de um bom lembrete para que os casais não se prendam a um certo “número” quando se fala da frequência das transas.

“Em geral é importante manter uma conexão sexual com o parceiro romântico, mas também é importante ter expectativas realistas em relação à vida sexual, uma vez que muitos casais estão ocupados com trabalho e outras responsabilidades”, disse ela ao The Huffington Post.

“Nossa pesquisa sugere que o sexo regular está associado à felicidade, mas não é necessário, na média, que os casais tentem transar com a maior frequência possível.”

O que dizem as pesquisas sobre sexo e felicidade

Para verificar se os casais mais felizes são os que mais transam, Muise realizou três estudos. O primeiro, que utilizou dados de um estudo de 23 anos, com mais de 25 000 pessoas, descobriu que mais sexo está associado a índices mais altos de felicidade, mas só até a frequência de uma vez por semana.

Entretanto, essa relação entre sexo e felicidade era verdadeira só para pessoas em relacionamentos; para solteiros, a relação estatística entre sexo e felicidade não era significativa.

O segundo, no qual recrutou 335 participantes de várias etnias em uma pesquisa online, confirmou os resultados do primeiro estudo.

Mas, para colocar em contexto a relação entre sexo e felicidade, ela também decidiu verificar quanto o impacto da renda anual na felicidade. Ela descobriu que a diferença entre sexo mensal e sexo semanal era mais dramática que a diferença entre uma renda anual de 15 000 – 25 000 dólares e 50 000 – 75 000 dólares.

Ou seja, transar semanalmente faz mais diferença na felicidade do que ganhar mais.

O estudo final, que inclui dados de um estudo de 14 anos com 2 400 casais casados, mais uma vez indicou que o sexo estava associado a níveis mais altos de satisfação com o relacionamento, mas só até a frequência de uma transa por semana.

Não se sinta mal com seu ‘número’

Vários estudos de longo prazo sugerem que sexo uma vez por semana é a norma para a maioria dos casais estabelecidos. Muise diz que não há pesquisas sobre o impacto de felicidade dessa frequência, nem sequer se os casais sabem se essa é a frequência média das transas. Uma possível explicação para este número é que as pessoas podem saber que mais transas teriam rendimentos decrescentes, mas isso ainda tem de ser testado, explica Muise.

As pessoas já testaram de forma experimental o impacto da frequência do sexo na felicidade. Em um paper de 2015, pesquisadores recrutaram 128 casais.

Eles foram divididos aleatoriamente, e um dos grupos teve de dobrar a frequência sexual, enquanto o outro manteve o número de transas regular. Os casais que dobraram o prazer não relataram níveis mais altos de felicidade. Na verdade, eles sentiram menos felicidade, assim como diminuiu o prazer com o sexo.

Na época, os pesquisadores sugeriram que a obrigação de transar mais pode ter piorado a experiência, mas Muise observa que os casais do estudo já vinham transando cerca de uma vez por semana antes de terem de dobrar a frequência.

Para os casais que têm de lidar com trabalho, crianças e outras responsabilidades, a ideia de que “falta” sexo pode ser estressante. O resultado da pesquisa de Muise, por outro lado, sugere que “as pessoas podem transar com menos frequência para maximizar o bem estar sem tentar transar com a maior frequência possível”.

Com base nesse resultado, ela sugere uma nova versão para a famosa frase de John Updike: “Sexo pode ser como o dinheiro – só é ruim quando é muito pouco”.


Fonte: Brasil Post

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