"É UM QUADRO DE INCOMPREENSÃO, DE DESINTELIGÊNCIA ENTRE A PRESIDENTE E O VICE, O QUE TORNA O TEMA DO IMPEACHMENT MAIS DELICADO", AFIRMOU GILMAR MENDES
Para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, a carta enviada pelo vice-presidente Michel Temer à presidente Dilma Rousseff com uma série de queixas, como falta de confiança, mostra o momento de tensão que o governo vive.
"É um quadro de incompreensão, de desinteligência entre a presidente e o vice, o que torna o tema do impeachment mais delicado, mais sensível em toda sua dimensão", afirmou. "Certamente eles não estão vivendo um bom clima e isso contribui para o tensionamento que estamos experimentando, porque em jogo está também o mandato da presidente e a possibilidade de sucessão pelo vice. Isso torna as questões mais agudas", declarou o ministro.
Mendes, que pediu celeridade no processo de impedimento, respeitados os ritos, afirmou que “é importante que haja solução, qualquer que seja, para que o País possa proceder aquela fuga para a frente, retomar as atividades normais em todos os campos”.
“Não sei se ela cometeu crime político, ela diz que não cometeu nenhum crime, entendido como corrupção ou peculato. O crime político tem que ser aferido por quem tem competência, Câmara e Senado. Vamos dizer que recursos da Petrobrás tenham ido para sua campanha, como se diz. Isso é legítimo? Ela pode não ter culpa, pode não ter feito com dolo, mas deixa de ter responsabilidade? É isso que está em discussão”, esclareceu o ministro.
Para Mendes, o argumento do governo e de aliados de que o impeachment é um golpe contra a presidente faz parte do embate político. Ele disse também ser importante que os "mecanismos institucionais de solução de crise se manifestem". Um deles, segundo Mendes, é o impeachment. “O outro é uma grande repactuação. É preciso que haja uma solução para a crise política”, ressaltou.
Fonte: Diário do Poder
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