( FOLHA DE SÃO PAULO / março 2006 )
Uma mulher branca, de aproximadamente 50 anos,
Uma mulher branca, de aproximadamente 50 anos,
chegou ao seu lugar na classe econômica
e viu que estava ao lado de um passageiro negro.
Visivelmente perturbada,
chamou a comissária de bordo.
'Qual o problema, senhora'?, pergunta uma comissária.
'Não está vendo? - respondeu a senhora'.
- 'Vocês me colocaram ao lado de um negro.
Não posso ficar aqui.
Você precisa me dar outra cadeira'.
'Por favor, acalme-se - disse a aeromoça -'.
'Infelizmente, todos os lugares estão ocupados'.
Porém, vou ver se ainda temos algum disponível'.
A comissária se afasta
e volta alguns minutos depois.
'Senhora, como eu disse,
não há nenhum outro lugar livre na classe econômica.
Falei com o comandante
e ele confirmou que não temos mais nenhum
lugar nem mesmo na classe econômica'.
Temos apenas um lugar na primeira classe'.
E antes que a mulher fizesse algum comentário,
a comissária continua:
'Veja, é incomum que a nossa companhia
permita à um passageiro
da classe econômica se assentar na primeira classe.
Porém, tendo em vista as circunstâncias,
o comandante pensa que seria escandaloso
obrigar um passageiro
a viajar ao lado de uma pessoa desagradável'.
E, dirigindo-se ao senhor negro,
a comissária prosseguiu:
Portanto, senhor, caso queira, por favor,
pegue a sua bagagem de mão,
pois reservamos para o senhor um lugar
na primeira classe...'
E todos os passageiros próximos, que, estupefatos,
assistiam à cena, começaram a aplaudir, alguns de pé.
Um comentário:
Esse é um texto clássico contra o preconceito e o racismo, mas ainda assim me causa arrepio ao relê-lo e acredito que continuará causando tantas vezes eu o leia, pois é uma situação mais do que recorrente no segunda nação negra fora da Mãe África.
Acredito que com textos como esse, simples e claros seja mais "fácil" diluir e/ou diminuir o preconceito absurdo construído dentro da sociedade brasileira.
Parabenizo a Maria e a João, pelos 13 anos desssa "meina-mulher" chamada Maria que tanto já divulgou e representou de maneira clara e inteligente em alguma de suas peças publicitárias a estupidez que existe no racismo.
Despeço-me com uma frase de Einsten: "Difíceis esses tempos em que é mais fácil quebrar um átomo que um preconceito".
Taísa Silveira
www.peloviesdajanela.blogspot.com
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