Diretamente do Caribe para a Bahia,
evento reforça laços culturais. Mistura de sons e ritmos afro-descendentes. Assim é o grupo musical caribenho, nascido em Trinidad e Tobago, chamado Memorial Florida Steelband, ou, Steel Pan (Panela de aço, em inglês) que se apresentou ontem 12/03, na Praça Tereza Batista, em Salvador.
O grupo, que tem uma vasta experiência na área musical, mostrou no show uma sonoridade singular, estabelecendo uma interação musical com ritmos do mundo inteiro tendo como base teórica um currículo pedagógico musical oferecido pela Florida Memorial Univerty Steel Band, (FMSB) localizada em Miami, sob a direção da Phd Dawn K. Batson.
Desde quando chegou a cidade, no dia 08/04, a chamada “Orquestra de Aço” vem visitando projetos culturais da periferia de Salvador, para intercâmbio musical, a exemplo do projeto Grupo Étnico Cultural da Bahia (Etnia) do Bairro da Paz.
Para coroar o encerramento do intercâmbio a “Orquestra de Aço” realizou aa apresentação, aberta ao público, chamando a atenção das pessoas não só pelo intercambio musical com grupos locais como também pelo uso dos elementos musicais semelhantes aos atabaques dos terreiros de Candomblé mesclados ao som eletropercusivo. O resultado poderia ser definido com uma verdadeira intermediação cultural em torno do Atlântico Negro. O show contou, também, com a participação das bandas baianas Pé de Som, o Grupo Etnia liderado por Sidney Argolo e a cantora Amanda Santiago.
O evento, organizado pela empresa de produção cultural Ginga P (http://www.gingap.com.br), e o Programa Pelourinho Cultural do IPAC, mostrou que a dialética entre povos de países diferentes representa um mecanismo de fortalecimento da identidade cultural, desconstrói o modelo musical eurocentrado e quebra o estereótipo do negro “batedor de lata”.
Acompanhem a entrevista com o músico caribenho Mark Brewsten e a professora Phd Dawn K. Batson especialmente para o Blog do instituto Maria Preta.
Ana Paula Pereira: Existe identificação entre a música da Bahia e do Caribe?
Mark Brewsten: O nível de musicalidade dos artistas com quem u toquei aqui é muito alto por isso eu percebo uma conexão bem forte, pois a cultura aqui é muito rica e os ritmos da música de origem africana que tocam aqui é muito similar com a nossa do Steelband.
APP: Por que instrumentos de aço?
Dawn Batson: A cultura Africana é bem forte, a cultura do tambor também é uma partitura da música africana e usada como meio de comunicação, mas o governo, as autoridades da época, nos anos oitenta, proibiram de tocar tambores em grupos [em Trinidad Tobago] então as pessoas começaram a fazer o som usando bambu.Como nossa especialidade é petróleo começamos a transformar os barris industriais feitos de aço em instrumentos, assim nasceu o Steel Pan.
APP: Como se estabelece o dialogo cultural entre a música da Bahia e do Caribe?
Dawn Batson: Para mim a alma é igual, e eu percebo este dialogo através da música, pois quando músicos daqui estavam tocando capoeira. Eu me senti em Casa! Nossa! Lá também fazemos isso...há também a reverência a Xangô.
Veja um pouco da performance da Steel Band em: http://www.youtube.com/watch?v=wjlU32cvCUA
Fonte: Você Repórter - paulapfanon@hotmail.com - Ana Paula Pereira
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