terça-feira, 4 de agosto de 2009

Feijoada é o prato preferido dos baianos no almoço

Rodrigo Lago

O prato mais tradicional da culinária brasileira, a feijoada, tem se mostrado insubstituível no cardápio de domingo dos baianos, apesar do crescimento considerável no consumo de outras delicias gastronômicas, principalmente as italianas, como lasanha, macarronada e pizza. Por falar em pizza, ela tem o seu lugar ao sol nesse dia, numa proporção menor do que a feijoada e apenas no período da noite, quando as pizzarias registram aumento no fluxo de clientes. Por isso, nenhuma iguaria tem tanta saída nos restaurantes e bares da capital baiana, quanto à mistura de carnes e grãos de feijão, ainda mais quando é apreciada com descontração e acompanhada de um chopp bem gelado ou uma boa caipirinha.

“O cliente só não deve beber e dirigir”, alerta o comerciante Jailton Teixeira, mais conhecido como Jajá. Ele é proprietário de uma barraca no Beco do Cirilo, que fica localizado na Estrada da Rainha. Lá, aos finais de semana, médicos, advogados, pagodeiros, jornalistas, ou seja, pessoas de todas as classes se encontram para comer o famoso prato que há mais de 17 anos ‘faz a cabeça’ de baianos e turistas que visitam o local.

O clima é de total descontração e os clientes são só elogios para a qualidade do serviço. “A gente vem sempre aqui comer o feijão de Jajá, que nos atende muito bem. Além disso, o campo aqui ao lado permite a combinação perfeita de duas paixões brasileiras, o futebol e a feijoada”, disse o radialista Ricardo Cunha, se referindo também a presença de um campo de futebol ao lado da barraca de Jajá, onde depois do tradicional baba do domingo, os amigos se reúnem para aquela resenha em torno da paixão gastronômica brasileira. Em Jajá, o preço da feijoada fica entre R$15 e R$20 reais.

O Beco do Cirilo é apenas um dos diversos locais que atraem o soteropolitano aos domingos por conta da feijoada. De Itapuã até Barra, do Subúrbio Ferroviário até o Centro. Por todas as partes, em cada esquina, é possível encontrar um ponto de venda, que pode ser um bar simples ou até mesmo restaurantes mais sofisticados, localizados nos bairros nobres da cidade, como Graça e Rio Vermelho. “Venho sempre aqui atraída pela feijoada ligh. Adoro tudo separadinho, com bastante couve que não pode faltar”, contou a dentista Carla Santana, enquanto entrava em um restaurante no Rio Vermelho, acompanhada da família.

Já na Vasco da Gama, uma cozinheira de mão cheia faz sucesso no local com a Feijoada da Madruga. São mais de 20 quilos de feijão comercializados em um final de semana. “Baiano gosta mesmo é de uma boa feijoada. Aqui o pessoal lambe os berços”, afirma a comerciante e também responsável pela produção da iguaria, a cozinheira Graça Braga. O preço também varia a depender da quantidade de pessoas. R$12 e R$ 18 reais. Questionada sobre o segredo da receita de tanto sucesso, ela diz que não existe uma receita definitiva, contudo, é preparada com todo ritual que manda a tradição: feijão preto, charque, lombinho defumado, paio, calabresa e o tradicional pé, rabo e orelha de porco, cozidos lentamente com os temperos à base de salsão, cebola, alho poró e louro.

Vale lembrar aos que estão de regime, que o prato é bastante calórico. Para se ter uma idéia, uma porção 300 Peso (g) tem 456 calorias. Os regionalismos impõem pequenas diferenças ao consumo de feijão e de feijoada em nosso país, mas alguns ingredientes são básicos nessa produção, como o toicinho e a carne seca. No Nordeste prevalece o uso do feijão-mulatinho nesse prato enquanto a influência carioca impôs no sudeste e no sul a prevalência do feijão preto, constituindo dessa maneira a mais tradicional receita que conhecemos.
Fonte Correio da Bahia Publicada: 03/08/2009

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