Dipaulo Leite, tem 35 anos, é produtor gráfico, de campo e RTVC da Maria Comunicação e já passou por algumas situações constrangedoras ligadas a discriminação racial ele afirma: "Ao contrário do que dizem por ai, a discriminação está mais viva do que se imagina, tanto aqui na Bahia, como também no Brasil".
Certa vez, ao sair sozinho de um desses festivais que acontecem em Salvador no mês de Janeiro, fui em direção ao meu carro, do mesmo lado da rua em que eu estava, vinham três garotas bonitinhas e do outro lado da rua estavam dois rapazes, estilo esportistas e brancos. As meninas ao olharem para mim cochicharam e atravessaram a rua me olhando e claramente demonstravam medo. Logo foram em direção ao dois rapazes que estavam do outro lado da rua. Um deles deu um soco na cara de uma das meninas e eles roubaram todos os pertences delas. Moral da história: fui eu, o negro, que as socorreu. No primeiro contato vi que elas eram paulistas e estavam totalmente assustadas com o acontecido, sendo assim acompanhei-as ao Posto Médico e ao Posto Policial. Quando a coisa acalmou, não resisti à pergunta: Vocês ficaram com medo de mim, não foi? As três ficaram caladas e afirmaram apenas balançando as cabeças, em sinal afirmativo.
Esta foi uma situação que me marcou e ficou bem clara para mim a discriminação racial. Ela existe sim, às vezes sutil, às vezes bem evidente, mas existe.
Esta campanha RACISMO, AQUI NÃO, trazendo à tona essas situações de racismo que nós negros passamos ainda hoje, amplia a conscientização e lembra as pessoas que racismo não deve existir e que o passado deve mesmo ficar para trás e apenas deve servir como lição do que não se deve fazer, afinal de contas somos todos iguais.
Obrigada Dipaulo
3 comentários:
Que deus abençoe todas as raças no nosso planeta, salve os negros, os brancos, os amarelos, salve todo ser humano existente na face da terra, cada um contribui com sua cultura e religiao, se todos nós fossemos iguais , seria um tédio....o amor é lindo e a vida é bela...Denise
Detesto essa separação racial, de negro ter seu lugar, seu dia, branco ter o seu, amarelo o seu.
Por mim, todos viviam iguais, em perfeita harmonia, como fui acostumado a viver em meu bairro desde criança com os amigos e colegas de escola, de diferentes raças. Não lembro uma única vez de algum de nós ter mencionado a "raça" (não gosto de chamar assim, parece que a gente tá falando de cachorro, ou coisa do tipo) do outro, como motivo de diferenciação ou separação.
É uma pena que nem em todos os lugares são assim.
Fazer o que.
Muito desse medo também tem origem no lado econômico. Infelizmente constata-se que uma boa parte da população pobre também é mais negra. Isso é um problema histórico que infelizmente ainda não foi corrigido. Sendo que a violência vem também das áreas mais pobres, esse triste conexão entre negro e violência é formada. Tomara que um dia a educação básica pública seja decente para que a parcela mais pobre da população possa sair da pobreza. Acho que isso ajudaria muito acabar com o preconceito.
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