sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Terceira maior capital do país, Salvador é apenas a oitava entre as mais ricas

Fonte: Correio


Por: Victor Albuquerque


 A economia de Salvador registrou um crescimento de 6,08% - em termos reais, já descontada a inflação -, em 2009, conforme divulgou ontem o IBGE. Puxado pelo setor de serviços, o Produto Interno Bruto (PIB) da capital baiana foi de  R$ 32,8 bilhões, o oitavo melhor desempenho entre as capitais do país.    

De acordo com o coordenador de Disseminação de Informação do IBGE na Bahia, Joilson Rodrigues, os serviços responderam por 71,15% do total do PIB em 2009. As indústrias somaram 14,2%,  a arrecadação de impostos representou 14% e o setor de  agronegócios, 0,05%.

Com relação à distribuição per capita - por número   de habitantes - o PIB soteropolitano ficou em R$ 10.948, bem abaixo da média nacional, de R$ 16.918. O número coloca a capital em 26º lugar no ranking dos municípios baianos com maior PIB per capita.

Segundo Rodrigues, esse é um aspecto comum, devido à densidade demográfica. Os municípios com maior PIB per capita em 2009 tinham como característica a baixa densidade demográfica. "Ou seja: quanto menor a população, maior a fatia de riqueza que caberia a cada habitante", explicou. 
Rodrigues ressaltou, contudo, que há uma distorção no cálculo do PIB per capita em Salvador. Isso porque o IBGE fez o cálculo em cima de uma estimativa onde a cidade estaria, em 2009, com pouco mais de 2,9 milhões de habitantes, quando esse número era bastante inferior. 

"Em 2010, o censo mostrou que a população da capital baiana era de pouco mais de 2,6 milhões de pessoas. Portanto, em 2009, esse número seria  ainda menor. Refazendo o cálculo, o PIB per capita da cidade seria, então, de 
R$ 12.267". 

Outro ponto levantado por Rodrigues  é que Salvador está perdendo participação na composição do PIB estadual. Enquanto  em 2008 a capital representava 24,42% do PIB da Bahia, em 2009 essa taxa caiu para 23,94%. A explicação, segundo Joilson, estaria no bom desempenho de outros municípios das regiões Norte, Sul e Oeste do estado. Entre eles, Juazeiro, Ilhéus, Luis Eduardo Magalhães e Itabuna, que cresceram e ampliaram suas participações.

Riqueza inalcançável
Com um crescimento de 21% na economia entre 2008 e 2009, São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador, manteve-se no topo da lista dos municípios com maior PIB per capita do país, segundo o IBGE. Quando se distribui a riqueza do município (R$ 11,4 bilhões) pelo número de habitantes, o PIB per capita de lá é de R$ 360.815,83. Em 2009, a população local somava apenas 31.699 pessoas.

A indústria petrolífera é quem responde pelo bom desempenho do PIB na região, conforme o levantamento. Apesar disso, São Francisco do Conde ainda sofre com a falta de empregos, saneamento básico e leitos de UTI nos hospitais. A taxa de analfabetismo da região, de acordo com o IBGE, chega a 10% da população, um pouco acima da média nacional que é de 9,7%. 
Embora o PIB per capita brasileiro tenha sido de R$ 16.918 em 2009, o resultado de mais da metade dos municípios brasileiros não chega nem a 50% desse valor quando se divide a riqueza pelo número de habitantes. Os municípios com maior PIB per capita em 2009 tinham como característica uma população pequena. “Quando você olha os maiores em PIB per capita, você vê que são municípios com população pequena e com grandes geradores de renda”, salientou a gerente do estudo do IBGE, Sheila Zani. Em segundo nessa lista  ficou Porto Real, no Rio de Janeiro, com PIB per capita de R$ 215.506,46 e 16.253 habitantes, cujo resultado foi influenciado pela indústria automobilística local. 

Já o município de Triunfo, no Rio Grande do Sul, sede de um importante polo petroquímico na Região Metropolitana de Porto Alegre, figurou no terceiro lugar, com PIB per capita de R$ 211.964,79 e 25.374 habitantes. Na outra ponta, o menor PIB per capita em 2009 foi de R$ 1.929,97, verificado no município maranhense de São Vicente Ferrer, com população de 20.463 habitantes. O município contabilizou uma perda de 77,6% na quantidade produzida e de 83,4% no valor de produção da mandioca, em função do excesso de chuvas em 2009.

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