quarta-feira, 16 de maio de 2012

Jogador de futebol francês Louis Saha lança autobiografia : "Da lua crescente às estrelas"

Foto: imagens de acção

"Da lua crescente às estrelas" é o título da autobiografia que descreve perfeitamente a trajetória de Louis Saha no mundo do futebol profissional. Afinal, o atacante francês sempre superou as adversidades apoiando-se na mesma característica pessoal: a força de vontade. Fio condutor de uma carreira marcada por repetidas lesões, foi ela que levou Saha de volta à Liga dos Campeões da UEFA com o Tottenham. Contratado por seis meses em janeiro, quando deixou o Everton após passagens convincentes por Manchester United, Fulham e Newcastle, ainda que amplamente prejudicadas por contusões, o parisiense adotado pela Inglaterra queria superar um novo desafio.
Quatro meses depois de chegar ao Estádio White Hart Lane, o jogador de 33 anos olha para o futuro com serenidade e entusiasmo. Apesar de ter sido convocado pelo técnico Laurent Blanc em fevereiro, por ocasião de um amistoso com a Alemanha, ele não estará na Euro 2012. "Participar da aventura e tentar buscar esse importante título seria uma honra", contou Saha ao FIFA.com apenas dois dias antes de conhecer as escolhas do treinador para o torneio continental do meio do ano. Mas o atacante dará a volta por cima, como sempre: foi um homem confiante e feliz que conversou com o site da entidade máxima do futebol.
FIFA.com: Estar em fim de contrato às vezes é uma situação complicada para os jogadores. É uma preocupação para você?
Louis Saha: De jeito nenhum. Quando assinei (com o Tottenham), sabia da situação. Não é um problema para mim, estou feliz com a minha vida neste momento. O importante é ter dado tudo durante seis meses para em seguida poder sentar tranquilamente e refletir sobre o futuro. Tenho várias opções possíveis. Estou confiante nas chances de assinar um novo contrato e continuar a minha carreira no mais alto nível. O meu desejo de realização e de vitórias continua existindo, independentemente das dificuldades atravessadas e da idade. Adoro competir e isto não vai mudar.
Poucos dias depois de assinar com o Tottenham, você marcou dois gols no jogo contra o Newcastle. Este desempenho meio que resume a sua carreira: você sempre conseguiu dar a volta por cima e brilhar quando todos menos esperavam. Qual é o seu segredo para ser tão sólido mentalmente?
Sou competitivo por natureza! Portanto, na vida ou no gramado, quando um desafio se apresenta para mim, faço o meu melhor para superá-lo. Sofri várias contusões, mas nunca duvidei da minha capacidade de voltar. Trabalhei duro e acredito em mim. É importante.

Encontrou o que esperava no Tottenham?
Cheguei a um clube que há dois anos vem ganhando o respeito de todos os outros grandes clubes da Premier League. O Tottenham viveu uma evolução muito rápida, está jogando entre os grandes, na Liga dos Campeões, e é uma recompensa justa. Para mim, fazer parte desse processo de reconhecimento e continuar na elite da Inglaterra é uma imensa felicidade.

Falemos da seleção francesa. Qual foi a equipe que você encontrou em fevereiro deste ano, 18 meses após a sua última convocação, em setembro de 2010?
Contra a Bielorrússia, a seleção tinha acabado de sair da Copa do Mundo e estava em pleno processo de reconstrução. Tudo estava sendo reposto em ordem e o grupo ainda não havia acumulado a confiança que tem agora. A reunião de fevereiro, antes da partida com a Alemanha, durou só três dias, mas mesmo num período tão curto, posso dizer que encontrei uma equipe serena, confiante e cheia de qualidades. Mostramos esses pontos fortes dentro de campo diante de uma das melhores seleções do mundo. Contra o Brasil e a Inglaterra, os Bleusmostraram ter potencial para estar na Eurocopa e brigar por alguma coisa. Temos os meios para isso.

Concorda que a concorrência nunca esteve tão forte na Europa e que esta Euro será especialmente equilibrada?
Havia três equipes europeias nas semifinais da Copa do Mundo de 2010, então isso mostra, sim, a qualidade das seleções do continente. A Eurocopa será equilibradíssima. Toda Euro é difícil, em princípio, e sei disso por experiência. Em 2004, tínhamos uma excelente equipe e fomos eliminados pela Grécia nas quartas de final. O futebol não é uma ciência exata e acredito realmente que todo time tem chance na linha de largada. A seleção francesa pode acreditar. Eu, em todo caso, acredito.

A sua autobiografia vem recebendo boas críticas desde que foi lançada na França, em fevereiro. Promover o livro é tão prazeroso quanto foi escrevê-lo?
Tive muito prazer escrevendo o livro, de fato, e ver, ler ou ouvir tantos retornos positivos é um sentimento fantástico. As críticas na imprensa são boas, como a do Sunday Times, por exemplo, e são um orgulho e uma honra. Até quem me conhece aprendeu coisas diferentes, e quem não me conhece descobriu uma pessoa, não apenas um jogador de futebol. A promoção pode ser um pouco difícil, entre viagens e convites diversos. Mas isso possibilita arrecadar mais dinheiro para as associações beneficentes e humanitárias que o merecem. E também era uma ambição do livro, além de apresentar uma outra perspectiva do futebol e da minha vida.

Que mensagens você quis transmitir com o livro?
Falo sobre vários assuntos, espero que o leitor possa mergulhar no mundo do futebol e formar uma imagem diferente daquela veiculada pelos meios de comunicação. Quis apresentar um outro ponto de vista, que talvez permita que o público tenha uma opinião diferente. Também era primordial que eu me dirigisse aos jovens e os ajudasse. O futebol mudou, não é como era há dez ou 15 anos e, com o livro, quero dar a eles as ferramentas para realizarem os seus sonhos.

Escrever uma biografia exige que você se debruce sobre a sua carreira. Depois desse exercício de introspecção, qual é o balanço?
Tenho 33 anos, mas ainda sou uma criança! Como venho dizendo, o livro foi escrito para ajudar os garotos a conservarem a sua inocência. Adoro o futebol pelo que ele é, adoro o jogo. Claro que o dinheiro foi uma bela oportunidade, além de fazer o que mais amo. Mas isso não me mudou, sou o mesmo homem. É isso que tento fazer as pessoas compreenderem com o livro. Sou competitivo e continuarei sendo. Gosto de fazer as coisas, e não de observá-las como espectador. E isso vai ser sempre assim, é algo que não me abandonará jamais.

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