Representando o governo municipal, o secretário de Participação Cidadã, Edson Bezerra Ferreira, agradeceu à comunidade dos povos de terreiro pelo convite e disse estar aprendendo muito com eles. Edson declarou que a homenagem o fez lembrar dos cuidados de sua mãe quando passou sua infância em Garanhuns (PE) e disse ainda que também é descendentes de índios e negros. “E nós éramos muito felizes, apesar da condição financeira”. – Edson declarou que essa primeira homenagem às mães é muito importante. E que esse foi mais um evento que a prefeitura realizou junto com a comunidade das religiões de matriz africana de Embu das Artes. “Nós estamos fazendo história! Esse governo foi o primeiro de Embu das Artes que garantiu espaço para a diversidade religiosa. Mas devemos continuar conquistando os espaços que nos são de direito. Um grande abraço a todas as mães ”.- declarou Edson.
A coordenadora do Centro de Referência da Mulher (CRM), Mariza Araújo da Silva se disse satisfeita em ser convidada para o evento, pois é uma proposta do atual Governo Municipal criar uma política pública que contemple as comunidades de terreiro, com o objetivo de desconstruir e superar o preconceito historicamente construído contra as religiões de matriz africanas no pais. Ela lamentou a falta da yalorixá Neném do Ogun que também seria homenageada mas que falecera 4 dias antes.
Regina Nogueira, coordenadora da Assessoria de Saúde da População Negra também agradeceu o convite e disse se sentir em casa, pois como médica, muito aprendeu com essas comunidades. Ela lembrou que “o mês de maio é o mês de quem cuida”, citando não só as mães como as assistentes sociais e enfermeiras que para as religiões de matriz africana são todas do elemento água que é cerca de 70% tanto do planeta, como do corpo humano. “A tradição da criação do mundo nas religiões de matriz africana, diferente da ocidental, é a de que o mundo não foi feito por um homem . A vida foi feita numa cabaça cheia de água e essa água é a nossa mãe. Por isso nossa responsabilidade em preservar a água. Pois no futuro so será rico o país que tiver água” – explicou Dra. Regina.
Regina ressaltou o compromisso que o Governo Municipal vem cumprindo em combater a intolerância religiosa, que é crime. Além disso, lembrou que nos últimos dez anos, Embu das Artes conseguiu reduzir a mortalidade infantil para “um dígito” ( de 19 por 1000 em 2001 para 9 por 1000 em 2010), ficando abaixo da média do Estado de São Paulo.
Pai Walmir , Tatá Katuvangesi do Instituto Latino Americano de Tradições Afro-Banto (ILABANTO) ressaltou a questão da segurança alimentar e nutricional das crianças das comunidades “são as verdadeiras guardiães dos valores ancestrais”. Pai Walmir também lembrou de tantas outras que passaram e deixaram ensinamentos de respeito, carinho, dedicação e valorização do ser humano, citando um provérbio bantu, “Eu existo porque vocês me reconhecem” , essas mães me reconhecem ”. Ele defendeu ainda a criação do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial
O babalorixá Pai Rodrigo do Ile Asé Odé Ibualama agradeceu primeiro às iabás avós ancestrais pela preservação e proseguimento desse legado das religiões de matriz africana no Brasil e também à Secretaria de Participação Cidadã pelo apoio e esforço.
Por fim o presidente da AFUCEA, Pai Alexandre de Ogum, pediu um minuto de silêncio às nossas ancestrais e em especial à Mãe Neném, cantou uma cântico e parabenizou a todas as mães que são o “princípio de tudo”. “São essas mulheres que fazem o Brasil crescer e nossas famílias também” – declarou.
Para finalizar, os babalorixás e o secretário Edson Ferreira entregaram certificados de gratidão e flores para todas as mães presentes.
Fonte: http://www.embu.sp.gov.br
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