sábado, 23 de agosto de 2014

Adotem o Eduardo, por Cristovam Buarque


via Ricardo Noblat 

Adotem o Eduardo, por Cristovam Buarque

As palavras só têm impacto político quando assinadas por líderes. Durante o velório de Eduardo Campos, representantes do Sindicato dos Professores de Timbaúba, cidade de Pernambuco, carregavam faixa com a frase: “No dia em que os filhos do pobre e do rico estudarem na mesma escola, nesse dia o Brasil será o país que queremos. Assinado Eduardo Campos”.

Esta afirmação mostra que ele era um candidato diferente. Primeiro, por acreditar em uma meta ambiciosa para o país, que os outros não imaginaram; segundo, por propor ideia que exige planejamento de longo prazo recusado pelos candidatos; terceiro, por acreditar que o vetor do progresso está na educação de qualidade para todos.

Tivesse vivido mais alguns dias, ele possivelmente apresentaria a estratégia de como seu governo iniciaria a construção deste Brasil, dizendo: “O meu governo adotará as escolas das cidades, cujas prefeituras não disponham de recursos financeiros e humanos para oferecer educação de qualidade para todas suas crianças. Desde que o pedido venha da cidade e o processo siga um ritmo definido pelo governo federal, de acordo com a disponibilidade de recursos financeiros e humanos”.

Para estas cidades, enviaria professores de uma Carreira Nacional com bom salário, selecionados com rigor, comprometidos com dedicação exclusiva e sujeitos a avaliações periódicas. Construiria escolas confortáveis e as equiparia com o que há de mais moderno em tecnologia da informação para a área pedagógica. Faria com que todas estas escolas tivessem um regime de aulas em horário integral. E diria que o custo desta revolução seria de R$ 9.500 por aluno por ano, comparado com os atuais R$ 3 mil.

Eduardo Campos e o filho do Mestre Salustiano durante o encontro de Maracatus - Foto: Hans von Manteuffel

Cristovam Buarque é professor da UnB e senador pelo PDT-DF


Fonte: O Globo

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