O apelo do papa Francisco para salvar o planeta recebeu elogios de ativistas contra a mudança climática, de cientistas e da ONU, nesta quinta-feira (18), por ser um imperativo moral para que os governos façam de 2015 um divisor de águas nos esforços para frear o aquecimento global.
O papa Francisco exigiu ações rápidas para deter o que vê como uma ruína ambiental iminente, e exortou os líderes mundiais a ouvirem “o grito da terra e o grito dos pobres”.
Na primeira encíclica, ou documento papal, dedicada ao meio-ambiente, ele pediu uma “ação decisiva, aqui e agora”, para acabar com a degradação ambiental e o aquecimento global, apoiando explicitamente os cientistas que afirmam que este último é causado essencialmente pelo homem.
Ativistas e cientistas comemoraram a intervenção do papa por trazer um elemento moral para a controvérsia política em torno da mudança climática, que alguns políticos conservadores e executivos –especialmente nos Estados Unidos– duvidam ser resultado da atividade humana.
“A mudança climática não é mais só um tema científico; é cada vez mais um tema moral e ético”, afirmou Yolanda Kakabadse, presidente do grupo internacional de conservação ambiental WWF. “Ela afeta as vidas, o sustento e os direitos de cada um, especialmente dos pobres, dos marginalizados e das comunidades mais vulneráveis”.
Christiana Figueres, secretária-geral do Secretariado da Mudança Climática das ONU, disse que a encíclica representa um grande ímpeto para que os governos concordem com um pacto vigoroso quando se reunirem para a cúpula climática da ONU em Paris, no fim do ano. “Este clamor deveria guiar o mundo rumo a um acordo climático universal forte e duradouro em Paris no final do ano”, disse em comunicado.
Quase todos os especialistas em emissões de gases de efeito estufa criados pelo homem culpam o aquecimento global pelo aumento das ondas de calor, as chuvas intensas e o aumento do nível dos mares.
“O Vaticano avaliou os indícios científicos da mudança climática e dediciu que o mundo precisa agir para evitar a devastação do ecossistema que sustenta nossa vida”, disse Mark Maslin, professor de climatologia da Universidade College de Londres.
Rede social
Em sua conta do Twitter, o papa enviou várias mensagens enfatizando a importância que todos devem dar ao assunto:
"Nós precisamos de um novo diálogo sobre como estamos tratando do futuro do nosso planeta"
"A mudança climática representa um dos principais desafios enfrentados pela humanidade atualmente"
"Não há espaço para a globalização da indiferença"
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