Aninha Franco em Trilhas: Mortadelas e Coxinhas
O Brasil está em crise ética e gastronômica. Além da fome que persiste num território onde tudo que se planta nasce, nada tem criado senão corrupção e brigas. Cunha com Dilma, Legislativo com Executivo, Petistas com Brasileiros. E como gastronomia é a única Arte que resiste à inconsistência das políticas culturais, a guerra não acontece entre Pica-Paus e Maragatos, mas entre Mortadelas e Coxinhas. Domingo, depois do bate ponto na Barra, em companhia de milhares de baianos que querem soluções para o colapso que sabota o Brasil, fui à festa de aniversário de um amigo, com convidados lúcidos e convidados petistas, e ouvi uma petista gritar que também é corrupta porque subornou um guarda de trânsito. Típica Mortadela defensora da corrupção. Como o PT jamais se preparou para exercer o poder ou o gerenciamento das sociedades que assumiu e aparelhou com seus quadros, o resultado é essa irresponsabilidade e ataque ao erário, com apoio de militantes que subornam funcionários públicos, todos ignorando que o Estado não pertence ao PT, mas à Sociedade. Que PT é só governo. Por enquanto.
E se Domingo milhares de Coxinhas foram às ruas cobrar governo, porque governo não há, quinta-feira foi dia dos Mortadelas protestarem contra a usurpação dos direitos que o governo Dilma lhes tirou, e de apoio ao pré-sal comprometido pela corrupção petista. Talvez por isso, apenas 54% dos Mortadelas apoiavam Dilma. Na mesma quinta, Eduardo Cunha, o presidente do Congresso Nacional, que é quase proprietário da marca Jesus, foi denunciado por corrupção com Collor, o ex-presidente impichado por corrupção, em 1992, amigo irmão de Renan Calheiros, presidente do Senado e atual presidente do Brasil. Se eu pudesse escrever nesta página “Tá foda!”, escreveria. Como não devo, festejo o fim da Síndrome de Átila do PT. Tá bom! Sem Wikipédia. Átila (406 – 453 ), cognominado o flagelo de Deus, foi rei dos hunos e, dizem os historiadores, por onde ele passava não nascia mais relva. O PT chegou ao poder possuído por Átila, atacando e agredindo a todos com sua empáfia estalinista, como se os brasileiros fossem incapazes de reagir. Eram.
Reagir ao poder no Brasil sempre foi difícil. A repressão colonial e imperial foram sinistras e a republicana não é flor que se cheire. Mas nós estamos há 25 anos em liberdade pós-ditadura, encerrada com Sarney em 1989. Em 1986, sob Sarney, eu fui indiciada por desobediência civil pelo Dops porque promovi a exibição de Je Vous Salue Marie a pedido de Pola Ribeiro, que sumiu quando a polícia correu atrás de mim.
A imagem da atriz Regina Duarte sobre uma árvore, no domingo, fotografando os milhares de cariocas que estão de saco cheio, é a imagem da ausência do medo. Porque os petistas que tentaram ofuscar a Liberdade transformando a vida dos seus opositores num inferno, ou nem opositores, apenas brasileiros capazes de emitir e escrever opiniões antagônicas às suas, estão com o inferno no colo. Os 7% de aprovação de Dilma e os 54% de aprovação dos poucos Mortadelas que foram às ruas reduzem o PT ao espirro da mosca que pousou no cavalo do bandido, necessitando – oh céus, oh orixás – que Renan Calheiros lhes conduza no caminho das pedrinhas sobre as águas. Tchim!
Fonte: Correio da Bahia
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