O irmão do adolescente de 16 anos Gabriel Paiva, que morreu na quinta-feira (20) após passar quase uma semana em coma no hospital, afirma que os policiais militares que seriam os responsáveis por espancar o jovem têm “fama de bater’ no Jardim Ubirajara, na Zona Sul de São Paulo.
Segundo a Corregedoria da PM, quatro policiais foram afastados e são investigados pelo suposto espancamento no último dia 16. Os nomes deles não foram divulgados.
Roger Paiva, irmão de Gabriel, contou que a vítima foi abordada quando encontrava amigos na rua. O adolescente foi golpeado em diversas partes do corpo. “Os caras já tinham fama de chegar batendo. Ninguém fica parado”, diz. Ele relata que o irmão levou diversos golpes na cabeça.
O adolescente morreu na noite de quinta instantes depois de ser transferido da UTI do Hospital Geral de Pedreira, na Zona Sul de São Paulo, para o Hospital Regional Sul. Segundo a família, ele foi espancado por policiais militares do 22º Batalhão da Polícia Militar com cabo de enxada. O caso ocorreu na Rua Vila Missionária. Uma câmera de segurança poderá ajudar na investigação.
Com a morte do menino, o Conselho de Direitos Humanos pediu para a Ouvidoria da PM para que o caso seja investigado como tortura seguida de homicídio.
“As agressões que foram cometidas contra ele foram de forma covarde. Não houve nenhum tipo de reação e o histórico do Gabriel é de ser estudante, sem nenhum tipo de envolvimento criminal”, afirma o coordenador da Comissão da Criança e do Adolescente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Ariel de Castro Alves.
Na noite de sexta, parentes e amigos do estudante fizeram um protesto na comunidade. A mãe do adolescente, a comerciante Zilda Regina de Paiva, afirmou que o filho “era uma ótima criança”. “Ele era criança, ele não era um homem ainda. Meu filho ninguém vai trazer de volta, mas o que eu queria era ele comigo”, afirma Zilda.
Roger, irmão de Gabriel, completa. “Ninguém está aguentando”, diz.
O irmão dele, Alex Paiva, disse ao G1 que a família espera por Justiça. “O que a gente quer é paz. Estamos esperando que ele passe por uma nova avaliação em outro hospital de São Paulo”. “Que tirem esse monstro de perto de nós, ele está prejudicando a formação das nossas crianças”, afirmou a prima Loeni.
O corpo de Gabriel Paiva ainda não havia sido liberado do Instituto Médico Legal na manhã desta sexta-feira (21) para a realização do velório e do enterro.
Fonte: G1
Via Portal Geledés
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