terça-feira, 17 de outubro de 2017

Distrito dos EUA bane livro sobre racismo do currículo escolar após público defini-lo como ‘desconfortável’

População criticou clássico 'O Sol é Para Todos', de Harper Lee. Leitura debate preconceito racial nos Estados Unidos.

"O Sol é para todos" foi excluído da lista de leituras do 8º ano (Foto: Reprodução)

O distrito escolar de Biloxi, no Mississipi (EUA), decidiu excluir do currículo escolar o livro “O Sol é Para Todos”, de Harper Lee, após receber queixas de que teria uma “linguagem desconfortável”. Até então, a obra integrava a lista de leituras obrigatórias do 8º ano, como forma de estimular que os alunos discutissem assuntos como racismo, empatia e tolerância.

Ao site americano Sun Herald, o vice-presidente do distrito, Kenny Holloway, disse que “foram muitas queixas sobre o livro. Existe uma linguagem na obra que faz as pessoas se sentirem desconfortáveis. Nós podemos ensinar a mesma lição usando outros livros”. Ele afirmou que haverá unidades na biblioteca, mas os alunos não terão mais de lê-las.

A decisão de banir o livro do currículo escolar suscitou críticas nas redes sociais. Professores e outros usuários do Twitter lamentaram que um país que sofre com o racismo não discuta o assunto nas escolas. “Nós precisamos de mais discussões ‘desconfortáveis’”, disse um jovem. “Nós estamos colaborando para formar crianças intolerantes”, postou outro.

Clássico da literatura

“O Sol é Para Todos” é um clássico da literatura que discute racismo e injustiça – conta a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos, durante a década de 1930. A história debate valores como tolerância, justiça e inocência.

A escritora Harper Lee, morta no ano passado, ganhou o prêmio Pulitzer de ficção em 1961, pela obra “O Sol é Para Todos”. A história foi adaptada para o cinema no ano seguinte, sob a direção de Robert Mulligan.


Via G1

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