quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Série Filhos do Carnaval

Samba, suingue e contravenção. Estes são os ingredientes que regem a segunda temporada de "Filhos do Carnaval", série da HBO que estreia no próximo domingo (4) no Brasil, no resto da América Latina e nos Estados Unidos. O lançamento foi anunciado, com a Avant Premier dos dois primeiros episódios, em uma coletiva em São Paulo, com a presença do elenco e da produção.

  • Conheça os personagens da série

    A série que trata do binômio Escola de Samba-Jogo do Bicho no Rio de Janeiro teve sua primeira temporada exibida em 2006, numa sequência que recebeu uma indicação ao Emmy Internacional e conquistou o Grande Prêmio da Crítica pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).

    Segundo representantes da HBO, o projeto inicial previa uma minissérie com 13 episódios - sem continuação. Entretanto, devido aos rumos da produção e a repercussão dos primeiros capítulos, os planos mudaram. "Quando começamos o projeto, nós iríamos produzir 13 episódios, mas percebemos que estávamos melhor preparados para seis. A ideia da segunda temporada, que é na verdade um fechamento da primeira, veio depois", explica Elena Soarez, que assina a direção e a criação do projeto ao lado de Cao Hamburguer ("O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias").

    Assim, fica explicado que a morte do ator Jece Valadão, que encarnava o protagonista da trama, Anésio Gebara, não modificou os planos da segunda temporada - simplesmente porque não havia planos. Mas isso não significa que a realidade não tenha intereferido nos rumos da trama. Muito pelo contrário: o capítulo inicial da segunda temporada começa com o enterro de Gebarão, bicheiro barra-pesada-e-gente-boa, que deixa seu legado para os filhos.

    A nova temporada vai mostrar, em sete capítulos, o relacionamento dos herdeiros de Anésio Gebara: Claudinho (Enrique Diaz), Brown (Rodrigo dos Santos) e Nilo (Thogun) - que narra a história. Com a morte de Gebarão, Claudinho, único herdeiro legítimo do bicheiro, convida os irmãos de criação para dividir a responsabilidade dos negócios deixados pelo pai. Claudinho faz o convite parecer um desejo do velho Gebara, mas a real intenção do caçula é não assumir sozinho todos os crimes da família. A parte do samba vai para Brown, os pontos do jogo do bicho ficam com Nilo, e Claudio fica com as máquinas caça-níqueis e a "parte administrativa" dos negócios.

    A disputa entre os três irmãos também vai colocar as mulheres da série sob os holofotes. As personagens Ana Cristina (Mariana Lima), esposa de Claudio, Rosana (Roberta Rodrigues), mulher de Nilo, e Gloria (Shirley Cruz), ex-esposa de Brown, vão se envolver em intrigas e traições que darão rumos diferentes às suas histórias.

    O Carnaval e o jogo do bicho
    Desde que "Filhos do Carnaval" foi lançado, em 2006, a comparação com o trilogia "O Poderoso Chefão" e o seriado "Os Sopranos" são constantes. Mas, contrariando estas rasas suspeitas, os produtores afirmam que a série não segue nenhum dos dois. "Não tem essa inspiração. Fala de uma família que vive da contravenção, mas na realidade do Rio de Janeiro", explica Roberto Rios, vice-presidente de programação e aquisições da HBO.

    "Nossa encomenda era Carnaval, esse foi o pedido da HBO. Dentro deste tema, o que nos agradava mais eram os donos deste Carnaval, as famílias do jogo do bicho", explica Elena Soarez . "Acho que tanto os filmes, como a série de alguma forma estão lá. Assim como tem muito de Nelson Rodrigues também, mas "Filhos do Carnaval" tem uma personalidade brasileira que garante ser uma produção original", completa.

    A vida real nas telas
    O elenco de "Filhos do Carnaval" se divide entre atores experientes, como Walmor Chagas, que faz o rancoroso Comodoro, e uma nova leva de não atores, como Thogun - nome artístico de Sérgio, que já foi segurança do patrono da Escola de Samba Salgueiro, e era o ator mais empolgado e espalhafatoso entre todos durante a entrevista coletiva. "Eu não era ator, eu sou um produto dos loucos da O2 [co-produtora da série]. É muito corajoso, cria uma nova linguagem", explica."É muito bom participar de um projeto que foge de todas as convenções - desde a escolha do elenco até a produção propriamente dita, com ângulos diferentes, montagens ousadas, tudo com muita qualidade e num ambiente de gravação delicioso".

    A mistura de atores profissionais com pessoas comuns das comunidades do Rio de Janeiro intensificou a aproximação da série ao mundo do jogo do bicho e do Carnaval, o que ajudou aqueles que não tinham vivência nesta realidade a incorporarem o dia a dia da favela na construção de seus personagens. "O mundo da favela é muito longe de mim. Eu não vivo na periferia, nem perto do mundo da Escola de Samba, muito menos jogo do bicho", afirma Enrique Diaz. "Eu também não tinha uma relação com samba direta até começar a fazer a série. Eu absorvi muito com esse trabalho", completa Rodrigo dos Santos. Já Thogun se vê no personagem Nilo: "É muito visceral, não tem essa separação eu personagem, eu pessoa", afirma, deixando claro o quão a vontade se sente no papel, o que fica evidente na tela. Quem também conhece de perto a vida nas "comunidades" é a atriz Roberta Rodrigues (Rosana, mulher de Nilo), que mora no Morro do Vidigal e lamenta não poder assistir á série no conforto de sua casa: "é que lá na comunidade não tem mais o gato-net [referência ao serviço de TV a cabo clandestino]. Vou ter que ir à casa dos amigos para assistir".

    Por Juliana Destro e Rafael Alvez, do Yahoo! Brasil

    Enviado por Queila Rosa

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