quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O racismo em Cuba se evidencia a cada investida de anti-racistas, e a cada vez que o governo usa a escrita para se defender!

A Nova Oposição, dirigida por Afro-Cubanos, vem a público para rejeitar as afirmativas do governo de Cuba e do Partido Comunista que insistem em negar as denúncias de racismo do regime - especialmente demonstradas por:

> Carta Aberta do eminente intelectual e militante brasileiro Abdias Nascimento;
> Declaração de Consciência assinada por 60 intelectuais negros afro-americanos, renomados ativistas dos direitos civis e direitos humanos, em nível internacional;
> Carta Aberta assinada por 4 eminentes catedráticos do Caribe; inclusive o Prof. Rex Netleford, ex-Reitor da Universidade do Caribe;
> Declaração à imprensa da Nigéria do grande novelista nigeriano, Lindsay Barrett

e que tem como uma das mais recentes evidências a situação de encarceramento arbitrário do Dr. Darsi Ferrer Ramirez.

A oposição progressista dentro de Cuba, e de cubanos residentes fora da ilha, é uma oposição Social Democrata que rejeita a ditadura e a ofensiva do regime contra as lideranças negras.

O regime age com profunda “falta de respeito” e inadmissível “arrogância” quando diz que os intelectuais negros internacionais, foram “manipulados” ao assinarem o manifesto contra o racismo e pela liberdade do Dr. Darsi Ferrer.


É por tudo isso que a oposição interna cubana ratifica as denúncias, que ganharam significativa circulação internacional, sobre a situação racial em Cuba e o porta-voz nacional do Partido Arco Progressista(PARP), Manuel Cuesta Morúa, responde aos ataques do governo de Cuba e do Partido Comunista.


MOORE, CERTEIRO

Por Manuel Cuesta Morúa


Porta-voz nacional do
Partido Arco Progressista (PARP),
em 10 de dezembro de 2009



MOORE, CERTERO

Por Manuel Cuesta Morúa


Portavoz nacional del
Partido Arco Progresista (PARP).
em 10 de diciembre de 2009


Clique para ouvir diretamente de Manuel Custa Morúa (em espanhol).

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Em um artigo no jornal Granma, órgão oficial do Partido Comunista de Cuba, edição de nove de dezembro de 2009, há uma tentativa declarada de desqualificar Carlos Moore, destacado militante antirracista cubano, professor e pesquisador, com uma ampla obra sobre temas raciais que trata do assunto do racismo tanto em Cuba, como em outras partes do mundo. E isso porque personalidades afro-brasileiras, afro-caribenhas e afro-norteamericanas, separadamente, se manifestaram a favor dos ativistas anti-racistas cubanos, naquilo que poderíamos chamar, com toda a propriedade e com um sentido hemisférico, de A Declaração Afro-americana em Favor dos Direitos Civis em Cuba.

Carlos Moore profere conferências na América Latina, Estados Unidos e África e é uma importante figura reconhecida em diversos setores acadêmicos de grande magnitude e densidade cultural e intelectual. Trata-se de um homem de esquerda que soube mover-se com determinação, finura e delicadeza no emaranhado cenário da luta pelos direitos civis, pelo respeito das minorias, pela identidade e reconhecimento raciais, sem cair na armadilha do dinheiro e no tradicional jogo de interesses de Washington.


É de um homem como esse que oGranma fala mal; e faz isso muito mal! E por que o ataca? Porque o compatriota Moore acaba de romper, quase simultaneamente, o monopólio que o governo cubano mantinha mais ou menos intacto, até o dia primeiro de dezembro de 2009, sobre os três pilares fundamentais das Américas: os afro-brasileiros, os afro-caribenhos e os afro-norteamericanos. Até essa data, podíamos dizer que estes importantes setores tinham uma visão limitada e uma imagem ideal de Cuba, como certa Ilha de Tule, com uma obra social inigualável destinada, primorosamente, aos negros e mestiços do país.

A ruptura deste monopólio desnuda o rei e o deixa também sem guarda-roupa. E as razões se explicam da seguinte maneira: poderíamos dizer que todos esses setores são anti-sistema, entendendo como sistema as pautas hegemônicas sobre as quais se baseia o modelo cultural de dominação nas Américas, e da qual o governo cubano faz parte, reconheça-o ou não. Esses setores não podem tampouco ser acusados de trabalhar a favor dos serviços de inteligência ocidentais, nem podem ser incriminados, por acaso, nas manobras reais ou o suposto do eixo Miami-Washington.

Portanto, a teoria do cisne negro ganhauma confirmação interessante neste caso específico. Se o caráter previsível daquelas críticas feitas ao governo cubano lhe permitia armar uma defesa geopolítica certamente eficaz para vários assuntos, sempre culpando o “imperialismo” por todos os seus males e adversidades, tudo isso desabou, confirmando que todos os cisnes são brancos. Com efeito, as declarações emitidas pelos afro-americanos, no sentido hemisférico do termo, vêm surpreender as autoridades cubanas, e incomodá-los, confirmando a “descoberta australiana” de que existem também cisnes negros capazes de nos surpreender.

Pois não é a mesma coisa ser acusado de violar, de maneira genérica e abstrata, os direitos humanos, do que ser acusado de racismo. Tanto Bush quanto os chineses podem ser enquadrados no primeiro caso; mas onde colocar Bush na segunda instância?

Estas declarações acabam de conferir um tom de maior complexidade a todo o imaginário global construído ao redor de Cuba. Não apenas somos um país falido, desigual, improdutivo, mal educado e bastante violento, mas - na visão de setores importantes da opinião pública mundial -, também racista. O que equivale dizer que completamos finalmente o essencial ciclo de normalização que nos faz ingressar no concerto geral das nações, o que nos era necessário para enfocar e assumir, de maneira madura, aquelas transformações de que o país necessita. Precisamos de uma foto que exiba todos os nossos traços, sem retoques dePhotoshop, para nos ajudar a ter uma percepção melhor do que realmente somos.

Segundo o Granma, Moore é o arquiteto disso tudo; e, para se opor ao arquiteto, faz alguns movimentos erráticos.

Em primeiro lugar, diz que Carlos Moore é de “origem cubana”. O que é verdade, mas é uma verdade que se estende a todos os cubanos. Dessa maneira, com o intuito de transformar em ataque político uma classificação empregada pelos departamentos de imigração do Primeiro Mundo, o Granma reproduz um conceitofrequentemente utilizado por setores racistaspara macular e excluir todos aqueles culpados de serem supostamente “impuros” em algo. OGranma tende a utilizar pejorativamente esta designação cada vez que tenta atacar seus adversários cubanos que residem no exterior, sem perceber que com isto reafirma umestereótipo racista. Uma mordida crônica na própria cauda, revelando, assim, desespero e falta de controle.

Segundo, o Granma afirma que Moore “se apresenta como ‘especialista’ em assuntos raciais”, o que poderia ser contestado dizendo, do mesmo modo, que o Granma se apresenta como um jornal. É o tipo de crítica que emana dos quadrinhos cubanos de Elpidio Valdés, em que os espanhóis do século XIX são apresentados como se fossem soldados. Trata-se de uma crítica fraca, cuja intenção é denunciar uma impostura, mas que, no caso de Moore, resulta em uma ofensa àquelas numerosas universidades e editoras no mundo que acolhem suas conferências e publicam seus livros.

Terceiro, o Granma defende a ideia de que Moore “conseguira ludibriar um respeitável ativista do movimento de defesa da população negra brasileira”, cujo nome - não sei por que razão o Granma não menciona - é Abdias Nascimento. E aqui, o Granma comete um erro maiúsculo, ao se mostrar incapaz de captar a essência e a profundidade do debate racial nas Américas, que gira em torno da auto-estima. Esse é o pilar específico em torno do qual se agitam os movimentos de emancipação negra e que os fazem reagir a qualquer tentativa de manipulação. De modo que, para estes, a precaução e a desconfiança frente às possíveis armações “do outro lado”, são a primeira reação, quase instintiva, por parte de qualquer negro auto-assumido deste continente. Dessa maneira, oGranma consegue ofender Abdias Nascimento e, por extensão, ofender também os afro-caribenhos e afro-norteamericanos. Acho que o jornal incorreu nesse erro mais por ignorância do que por intenção.

Quarto, o órgão oficial do Partido Comunista repete seus ataques habituais contra os dissidentes, mas desta vez deve apresentar as provas que sustentem suas alegações. Alegar que Darsi Ferrer, que neste caso é o objeto da solidariedade expressa em todas as declarações (mas não de maneira restritiva), é “um dos beneficiários dos fundos da política anticubanadas diferentes administrações norte-americanas”, somente pode ser considerado um expediente retórico típico do jornalismo militante, ou um despropósito com motivações políticas.

O Granma deveria, antes de tudo, oferecer provas concretas que sustentem tal acusação e, além disso, visitar o domicílio do Dr. Ferrer e verificar suas precárias condições de vida e sua casa caindo aos pedaços. A propósito, este argumento dos fundos norte-americanos deveria ser utilizado com extremo cuidado pelas autoridades cubanas, uma vez que a quantidade de projetos, tanto institucionais quanto pessoais de todo tipo, financiados em Cuba pela USAID ou por fundações americanas, enche uma grande lista pública. Mas, não se sabe por que razão, esta lista nunca foi publicada.

É claro que na terra do racismo cordial, sutil e astucioso, Ferrer não foi preso por ser negro. A coisa não é tão aberta assim em Cuba, não. O problema é que sua condição racial agrava sua situação, simplesmente porque as autoridades não concebem que um negro saiaprotestando por aí. É jogada na cara dele sua “ingratidão”, e eu mesmo tenho sido testemunha de como Darsi foi desrespeitado diretamente com uma das frases mais humilhantes que se pode ouvir: “parece mentira que você seja negro”. Uma frase como essa tem um grande peso na comunidade, nas prisões, nos testemunhos, nos julgamentos e nas sentenças judiciais. Não se pode explicar de outro modo o triste caso dePánfilo, ou a condenação de Juan Carlos Robinson, espécie de “ex-faz tudo” do governo, culpado por um delito muito extravagante em Cuba, como o tráfico de influências e tantas outras coisas que não menciono por pudor, generosidade e respeito à memória. É assim que as coisas funcionam em Cuba.

Em quinto lugar – e aqui surge o caso típico de uso do direito de opinião como recurso jornalístico para mascarar o objeto do debate - não entendo como o Granma usa um argumento que, neste caso, acaba favorecendo Moore. Pois, utilizar o comentário de Leroi Jones, homem de prestígio, para desqualificar Moore, é como querer usar a liberdade de expressão para desqualificar a própria liberdade de expressão.

No exercício de seu pleno direito de expressão, Jones assegura que Moore vem realizando uma “provocação perversa”, e oGranma reconhece, por meio de Jones, que Moore vem falando sistematicamente sobre o tema racial desde a década de 1960. Ora, o que isso significa é que nosso compatriota teve a visão de enxergar o problema desde o início, e paciência suficiente para esperar que as mais legítimas vozes dos Estados Unidos decidissem falar da reprodução perversa do racismo em Cuba, um problema bastante evidente. O Granmadeveria ser mais cuidadoso e compreender que se deve usar as palavras com cautela, pois elas proporcionam metáforas excelentes para qualificar mais uma situação do que um homem, inocentando-o.

Em sexto lugar, o Granma tenta explorar o tema da retratação de uma importante ativista que em princípio havia assinado a declaração. É impressionante como o jornal não se dá conta de que retratar-se é confirmar. Apenas no Direito a retratação tem valor, não na Psicologia. Este caso revela tanto o dispositivo de suspeita descrito mais acima, quanto as dúvidas que se podem ter na consciência. Também revela, e nada mais, quão profundamente a propaganda do governo penetrou nos setores afro-norteamericanos. Retirar seu nome “porque (a declaração) está sendo manipulada com o fim de legitimar o importante projeto social que se realiza neste país”, não nega a validade da denúncia; apenas alimenta, entre outras coisas, um paradoxo mais ideológico que real: o de um projeto social que convive com o racismo.

Sétimo e, finalmente, o órgão oficial do partido tenta, todavia, convencer-nos com a velha e desgastada prática do turismo revolucionário. É uma legião de visitantes estrangeiros que vêm a Cuba com o fim de confirmar in situ aquilo que já sabiam in petto, a uma boa distância. Lembro-me que quando adolescente via chilenos e uruguaios que chegavam a Cuba e se dirigiam em fila indiana ao acampamento Julio Antonio Mella, àquela altura localizado na zona de Caimito, em Havana. Vinham com o propósito de exaltar os grandes avanços de uma Cuba engajada na trilha da esquerda. Muitos nunca mais retornaram e outros, que chegaram exilados das ditaduras da América do Sul, seguiram viagem apressados em direção à Suécia ou a algum outro destino europeu.

Deve-se observar, no entanto, que o verdadeiro sucesso do turismo revolucionário cubano deu-se não tanto na Europa ou na América Latina, mas sim nos Estados Unidos. Ainda hoje alguns norte-americanos, contra todas as doutrinas e várias evidências, continuam se referindo a algo que denominam de projeto socialista, que caminha para a perfeição. Não sei se devo rir ou chorar quando escuto tais absurdos. Continuar afirmando que em Cuba existiu socialismo, é continuar julgando os projetos e as pessoas pelo que elas dizem ou disseram de si mesmas: uma operação intelectual contra a qual Karl Marx nos prevenia.

É mais próximo da realidade dizer que em Cuba há determinados programas a favor das maiorias sociais; entretanto, um modelo jesuíta como o cubano, em que os cidadãos têm que pedir autorização ao Estado para sair ou abandonar a Missão, não tem nada em comum com o socialismo, que é um projeto que exala modernidade e liberdade. É impressionante como alguns afro-norteamericanos, embora sensibilizados pelo seu próprio sofrimento e vivência cultural, o que os faz aptos a captar as sutilezas que se escondem por trás das máscaras das palavras, — sutilezas que o idioma inglês rejeita por sua própria estrutura — não sejam capazes de reconhecer a marginalidade em meio ao “projeto socialista”. Isto para mim é uma perplexidade, da qual não reclamo, contudo, uma vez que todo cidadão do mundo tem o direito de fazer suas próprias escolhas e de colocar uma venda quando lhe convém.

Mas a coisa se torna mais complicada quando o exercício dessa opção lhes confere mais direitos que a visão dos próprios cubanos em relação a seus problemas. E isto é muito comum entre os radicais de esquerda, que agem realmente como estrangeiros, não se interessando senão pela banalidade de se retratar ao lado de personagens “garciamarquianos”. E, todos, podemos optar por apoiar, criticar ou acompanhar; mas o que o Granma não deveria fazer, para garantir plena coerência, é sugerir aos cubanos que, em assuntos de Cuba, é mais importante a voz de um estrangeiro do que a de um cubano.

E tampouco pode o Granma pressupor que se um estrangeiro conversa com um grupo de cubanos in situ, sabe mais de Cuba do que qualquer cubano, residente ou não na ilha. E muito menos pode o Granma pensar que o turismo revolucionário tem alguma eficácia midiática em tempos de Google Earth, memóriasflash, turismo comunitário e internet, pois isso pode até significar uma subestimação do vizinho mais próximo...

Moore foi certeiro. Mas não porque os cubanos negros, mestiços e brancos – que descrevem itinerários mais sinuosos na cidade do que a Rua 23, a 5ª Avenida ou os corredores do poder – precisassem de uma confirmação brasileira, caribenha ou norte-americana paraexistir em meio aos racismos cubanos. Moore é certeiro, porque conseguiu articular a sensibilidade das melhores e mais autorizadas vozes para chamar a atenção sobre um dos problemas mais complexos a se resolver, a fim de se completar, assim, o projeto da nação cubana.

Muitos cidadãos cubanos, negros, mestiços e brancos agradecem a Moore por sua reconhecida perseverança. Mas para o Granma, a pergunta permanece: Cuba é um país racista?


En un artículo del periódico Granma, órgano oficial del partido comunista de Cuba, edición 9 de diciembre de 2009, se intenta descalificar a Carlos Moore, un destacado militante antirracista cubano, profesor e investigador y con una amplia obra sobre temas raciales, que toca el tema del racismo tanto en Cuba como en otras partes del mundo. Todo, por lo que podríamos llamar, en propiedad y con sentido hemisférico, la Declaración afroamericana a favor de los derechos civiles en Cuba.Afrobrasileños, afrocaribeños y afronorteamericanos se han expresado, sucesiva y separadamente, a favor de los militantes antirracistas cubanos.


Carlos Moore imparte conferencias en América Latina, Estados Unidos y África, y es una prestigiosa figura reconocida en diversos sectores académicos de mucha magnitud y densidad cultural e intelectual. Es, por más señas, un hombre de izquierdas que ha sabido, independientemente, moverse con determinación, modales y finura dentro del enmarañado escenario de la lucha por los derechos civiles, el respeto a las minorías, a la identidad y el reconocimiento raciales, sin caer en el juego del dinero y los intereses tradicionales de Washington.

De un hombre así Granma habla mal; pero lo hace mal. ¿Y Por qué lo ataca? Pues porque el compatriota Moore acaba de romper, casi simultáneamente, el monopolio que el gobierno cubano conservaba más o menos intacto, hasta el 1 de diciembre de 2009, sobre aquellos tres pivotes fundamentales en las Américas: losafrobrasileños, los afrocaribeños y los afronorteamericanos. Hasta esa fecha, podría decirse que estos importantes sectores tenían una visión compacta en torno a una imagen tópica: Cuba como cierta Isla de Tule con una obra social inigualable destinada, primorosamente, a los negros, mestizos y pobres en Cuba.

La ruptura de este monopolio desnuda al rey y lo deja sin guardarropa. Y las razones se exponen así: podría decirse de todos estos sectores que son antisistema, entendiendo por sistema las pautas hegemónicas sobre las que se funda el modelo cultural de dominación en las Américas, y del cual el gobierno cubano forma parte, socialistamente. Ellos no pueden ser acusados, tampoco, de trabajar a favor de los servicios de inteligencia occidentales ni pueden ser implicados, por defecto, en los diseños típicos del real o supuesto eje Miami-Washington.

De manera que la teoría del cisne negroadquiere una interesante confirmación en este específico caso. Si la previsibilidad de la crítica al gobierno cubano le había permitido armar una defensa geopolítica ciertamente eficaz en varios temas, culpando previsiblemente al “imperialismo” de todos los males y de todas las críticas, por aquello de que todos los cisnes son blancos, las declaraciones de los afroamericanos, en el sentido hemisférico del término, vienen a sorprender a las autoridades cubanas de un modo indeseable, confirmando el descubrimiento australiano de que también hay sorpresivos cisnes negros.

No es lo mismo ser acusado de violar los derechos humanos, así en abstracto, que ser acusado de racista. En el primer caso, Bush, como el síndrome de China, está por todas partes; pero, ¿por dónde anda Bush en el segundo caso?

Estas declaraciones acaban de completar un proceso difícil en toda la imaginería global alrededor de Cuba. No solo somos un país fallido, desigual, improductivo, mal educado, con una cola interminable de faltas de ortografía y bastante violento, sino también racista, en la visión de importantes sectores de opinión en el mundo. Lo que equivale a decir que acabamos de completar por fin el importantísimo círculo de normalización en el concierto de naciones; algo básico para asumir un enfoque maduro en la necesaria refundación que necesita el país. Una foto que recoja todos nuestros rasgos, sin retoques de photoshop, nos ayuda a tener una mejor percepción de lo que somos. De tal manera, se puede asegurar que el futuro estará mejor garantizado: sin autoengaños.

Según Granma, Moore es el arquitecto de todo aquello; y, al atajar al arquitecto, hace unas cuantas movidas erráticas.

Primero, dice que Carlos Moore es de “origen cubano”. Lo cual es verdad, solo que es una verdad compartida por todos los cubanos. Así, con el intento de convertir en un ataque político una clasificación empleada por los departamentos de inmigración del primer mundo, reproduce un concepto frecuentemente utilizado por sectores racistas para ofender y excluir a quienes no comparten la pretendida pureza de algo. Granma tiende a utilizar peyorativamente esta clasificación cada vez que intenta atacar a sus adversarios cubanos que viven en el exterior, sin advertir que con ello reafirma un estereotipo racista. Una constante mordida en la propia cola que revela desesperación incontrolada.

Segundo, afirma que Moore “se presenta como ‘especialista en temas raciales”. Lo que podría ser contestado diciendo, del mismo modo, que Granma se presenta como un periódico. Es el tipo de crítica que emana de los cartones cubanos de Elpidio Valdés, donde los españoles de las guerras cubanas del siglo XIX son presentados casi como supuestos soldados. Una crítica débil que quiere denunciar una impostura y que, en el caso de Moore, solo ofende a las numerosas universidades y editoriales en el mundo que acogen sus conferencias y publican sus libros.

Tercero, adelanta la idea de que Moore “había logrado embaucar a un respetable activista del movimiento de vindicación de la población negra brasileña”, cuyo nombre, no sé por quéGranma no lo menciona, es Abdias Nascimento, otro hombre de izquierdas. Aquí, incapaz de captar la médula y sustancia del debate racial en las Américas, Granma comete un error de bulto:pierde de vista que la autoestima es el pilar específico de los movimientos de emancipación negra, y esta no tolera la manipulación. De modo que la sospecha y la desconfianza frente a los posibles embustes del otro son los primeros dispositivos, casi naturales, de los negrosautoemancipados de este hemisferio. Granmainsulta así a Abdias Nascimento y, por extensión, a afrocaribeños y afronorteamericanos. Pienso que por ignorancia antropológica más que por voluntad denigratoria.

Cuarto, el órgano oficial del partido comunista repite sus ataques habituales contra los disidentes, y se revela del deber de probar sus afirmaciones. Decir que el Dr. Darsi Ferrer, sujeto concreto, pero no único, de solidaridad en todas las declaraciones, es “uno de los beneficiarios de los fondos de la política anticubana de las administraciones norteamericanas” solo puede ser tomado o como un trámite retórico del periodismo militante o como un despropósito políticamente motivado.

Granma debería, ante todo, ofrecer pruebas reales, no convicciones medievales, de semejante acusación, y en el camino visitar el domicilio del Dr. Ferrer para verificar sus magras condiciones de existencia y su casa deshilachada. Por cierto, eso de los fondos norteamericanos debería ser utilizado con extremo cuidado por las autoridades cubanas, porque la cantidad de proyectos tanto institucionales como personales de todo tipo que han sido financiados a la Cuba oficial y oficiosa por la USAID o por fundaciones estadounidenses llenan una larga lista pública; aunque, no sé por qué, nunca publicada. Lista que, por demás, no es de mi interés.

Y claro que el Dr. Ferrer no fue encarcelado por su condición de negro. La cosa no es tan burda en la tierra del racismo cordial, listo y astuto. No. El problema es que su condición racial le hace la cosa más difícil, y activa la vía más expedita para el despliegue de los prejuicios raciales — no otra cosa que el racismo en forma de prejuicios— que moviliza la mentalidad al uso. Precisamente porque no se concibe que un negro ande protestando por ahí, se le echa más en cara y se le hace sentir más duro su “ingratitud”. Yo he sido testigo de como a Ferrer se le ha espetado directamente una de las frases más humillantes que se puedan escuchar:“parece mentira que seas negro”. Una frase así pesa en la comunidad, con la policía, en la cárcel, en los testigos, en el juicio y en las condenas… y en los sueños. No de otro modo, tomando en cuenta nuestra particular historia de las mentalidades, se puede explicar el triste caso de Pánfilo, la condena a prisión de Juan Carlos Robinson, —ex de todo en un gobierno al que se coló en la era de las cuotas—, por un delito bastante extravagante en Cuba como el de tráfico de influencias, y otros tantas cosas que no menciono por pudor, generosidad y respeto a la memoria. De eso se trata en Cuba.

Quinto, y aquí nos enfrentamos, una vez más, al caso típico de uso del derecho a la opinión como recurso periodístico para enmascarar el objeto de debate. Claro que no me explico cómo se hace a favor de Moore. Utilizar el comentario de Leroi Jones, un afroamericano prestigioso, para descalificar a Moore, es como querer emplear la libertad de expresión para descalificar la misma libertad de expresión.

Jones piensa —en ejercicio de su pleno derecho— que Moore se repite en una “viciosa provocación” y Granma reconoce, a través de Jones, que Moore viene hablando del tema desde los años sesenta. Lo cual significa que nuestro compatriota tuvo la visión de ver el problema desde los inicios y la paciencia suficiente para esperar que las voces legítimas del norte se decidieran a hablar de la viciosa reproducción del racismo en Cuba, un problema bastante evidente.Granma tendría que ser más cuidadoso, y advertir que el uso de las palabras debe ser cauteloso porque proporciona metáforas excelentes para calificar más una situación que a un hombre. Vindicándole.

Sexto, Granma intenta explotar el tema de la retractación de una importante activista,Makani Themba-Nixon, que en principio había estampado su firma en la declaración del norte. Me llama la atención poderosamente cómo el periódico no se da cuenta que retractarse es confirmar. Solo en el derecho la retractación tiene valor, no en psicología. Este caso revela tanto el dispositivo de sospecha natural más arriba descrito, como las dudas que se pueden tener en conciencia. Asimismo, muestra cuán profundo caló la propaganda del gobierno en los sectores afronorteamericanos. Nada más. Retirar un nombre “porque está siendo manipulada (la declaración) para ayudar a restarle legitimidad al importante proyecto social que se lleva a cabo en esa nación”, no niega la denuncia; solo alimenta, entre otras cosas, una paradoja, más ideológica que real: la de un proyecto social que convive con el racismo.

Séptimo, y finalmente, el órgano oficial del partido comunista todavía intenta convencer con el desgastado proyecto del turismo revolucionario. Son legión las visitas de los extranjeros a Cuba para confirmar in situ lo que ya llevan in petto,… a buena distancia. Recuerdo en mi adolescencia a chilenos y uruguayos viniendo a Cuba, y yendo en fila hacia el campamento Julio Antonio Mella, montado para la ocasión en la zona de Caimito en La Habana, con el propósito de corear los rápidos avances de Cuba por la senda izquierda. Muchos nunca más volvieron y otros, que llegaron exiliados de las dictaduras en Sudamérica, siguieron viaje apresurado hacia Suecia o algún que otro destino europeo.

El éxito real del turismo revolucionario cubano hay que anotarlo, sin embargo, no tanto en Europa o América Latina como en los Estados Unidos. Hasta hoy algunos estadounidenses siguen hablando, contra todas las doctrinas y muchas evidencias, de algo así como un proyecto socialista que camina hacia su perfección. Yo no sé si reír o llorar cuando escucho o leo semejantes períodos verbales. Seguir afirmando que en Cuba hay o hubo socialismo es seguir juzgando a los proyectos o a las personas por lo que estos dicen o han dicho de sí mismos. Una operación intelectual contra la que prevenía el mismísimo Carlos Marx.

Decir que en Cuba hay determinados programas sociales, ya en fuga, a favor de las mayorías es más cercano a la realidad; pero un modelo jesuita como el cubano, en el que los “ciudadanos” tienen que pedir autorización al Estado para salir o abandonar La Misión, no tiene nada que ver con el socialismo, que es un proyecto que exuda modernidad y libertad. Llama la atención cómo algunos afronorteamericanos, dotados por sufrimiento, experiencia y cultura para captar los problemas sensibles de la gente tras las sospechosas máscaras de las palabras, —que el idioma inglés rechaza por su propia estructura—, no vean la marginalidad en medio del “proyecto socialista”. Esto para mí es una situación perpleja de la que, sin embargo, no me quejo: todo ciudadano del mundo tiene derecho a hacer su propia elección y, de paso, ponerse gafas oscuras.

La cosa se pone más complicada cuando esta elección, muy usual en los radicales de izquierda realmente extranjeros, o interesados en la banalidad de retratar personajesgarciamarquianos, intenta tener más derechos morales y de cátedra que la visión de los cubanos. Todos podemos optar a la hora de apoyar, criticar o acompañar; lo que Granma no debería hacer, para mantener la plena coherencia, es sugerir que para los cubanos, en temas de Cuba, es más importante la voz de un extranjero que la de un nacional. Tampoco, presuponer que si un extranjero habla con un grupo de cubanos in situ, sabe de, y siente más a Cuba que cualquiera de nosotros, vivamos o no dentro de la isla. Mucho menos, pensar que el turismo revolucionario tiene alguna eficacia mediática y puede ser tomado rigurosamente en serio en tiempos de google earth, memoriasflash, blogs, turismo comunitario e Internet. Esto último puede significar una subestimación del vecino más cercano.

Moore ha sido certero. Los cubanos negros, mestizos y blancos, que describen itinerarios más sinuosos en la ciudad que los que dibujan la calle 23, la 5ta. Avenida o los pasillos del poder, no necesitaban desde luego una confirmación afrobrasileña, afrocaribeña o afronorteamericana para existir en medio de los racismos cubanos. Moore es certero, exactamente, porque pudo articular las sensibilidades de un grupo de las mejores voces autorizadas para llamar la atención sobre uno de los problemas más urgentes a resolver y poder, así, completar el proyecto inconcluso de la nación cubana.

A Moore, muchos ciudadanos cubanos, negros, mestizos y blancos, preocupados por el problema con una visión posracial, le agradecen por su perseverancia coronada. Y, para Granma, la pregunta continúa: ¿Es Cuba un país racista?

La conclusión de todo esto es que Cuba duele; también para los afroamericanos.

Manuel Cuesta Morúa
10 de diciembre de 2009


Dados elementares na estatística das desigualdades:


Demografia Racial:

O Departamento de Estado Americano identifica, oficialmente, os negros cubanos em 62% da população.

Estudiosos cubanos dizem que até 72% da população é de não-brancos.

Condições:

Segundo as estatísticas cubanas em “Desafios da problemática racial em Cuba” (2008) - Ver: Dr. Esteban Morales Domínguez, Desafíos de laproblemática racial en Cuba (The Challenges ofthe Racial Problem in Cuba). La Habana: Fundación Fernando Ortiz, 2007 -, um estudo de 385 páginas cuja publicação foi autorizada pelo regime de Raúl Castro, descreve a situação da população negra como um todo.
Escrito pelo economista (Chief Investigator), Dr.Esteban Morales Dominguez, e com base em dados de 2005, revela que:

> A população negra cubana cresceu nos últimos 25 anos;

> O comando civil e público de Cuba é predominantemente branco (71%);
apesar de uma população negra entre 62-72%;

> 72,7% dos cientistas e técnicos são brancos,
> 80% dos professores da Universidade de Havana são brancos,
> a média é bastante estável ao longo do país;
> as terras de propriedade privada é de 98% de brancos;
> apenas 2% do setor privado na terra está nas mãos dos negros;

> Os negros têm apenas 5% de participação nas cooperativas do Estado
e com a crescente privatização de terras, serão totalmente destituídos;

> Em 2005, 65,8% dos negros cubanos estavam desempregados,
> enquanto o emprego de brancos ultrapassou 70%;

> Em 2009, estimou-se que 70% dos negros cubanos estavam desempregados;
> a taxa de desemprego de negros subindo, levou ao aumento do "mercado negro" e outras atividades consideradas criminosas, resultando em uma população carcerária que hoje é estimada em 85% de negros, com a média de idade entre os 18 e 28 anos;

> 68% dos cubanos brancos declaram forte oposição ao casamento inter-racial, e
> 58% disseram que os negros eram "menos inteligentes que os brancos", de acordo com pesquisa de 2005.

> Percentual de negros muito grande (60,8%) responsabilizou a "discriminação racial" na contratação e promoção para estes contrastes,
> enquanto uma esmagadora maioria dos cubanos de ambas as raças concordaram que "o preconceito racial continua a existir na ilha" (75%).

> menos de 15% dos cubano-americanos são negros, e 85% são brancos,
> o aumento das remessas Cubano-Americana (hoje totalizando mais de US $ 1,5 bilhão por ano), apenas enriquecer ainda mais os cubanos branco dentro de Cuba, criando maiores disparidades. E. U. atual política externa é, assim, contribuir para a criação de contribui para uma nova elite branca em Cuba.

Ativistas dos direitos civis e Sistema Prisional

> Há 25 instituições de movimento negro de direitos civis em Cuba, com foco na justiça racial e que são largamente marginalizados pela mídia e impedidos de desfrutar de status legal.

> Há uma nítida distinção entre grupos de direitos humanos e grupos de direitos civis em Cuba, com o grupo de direitos humanos sendo fundamentalmente branco.

> Ao longo dos últimos 15 anos, os dois principais movimentos direitos civis negros que surgiram são: o "Comitê de Cidadãos para a Integração Racial" (CIR) e o "Arco do Partido Progressista (PPP). Dr. Ferrer Darsi pertence a ambos.

> Há cerca de 200 presos políticos em Cuba e cerca de 60 são declaradamente negros, no entanto, os ativistas negros de direitos civis não são considerados presos políticos (incluindo o Dr.Ferrer), mas "criminosos comuns", além de serem tratados como presos comuns nas prisões de segurança máxima.


Racial Demographics:

US State Department officially dentifies Cuba as 62% black.

Cuban scholars say up to 72% of population isnon-white.

Conditions:

According to Cuban statistics released in The Challenges of the Racial Problems in Cuba (2008) (See: Dr Esteban Morales Domínguez, Desafíos de la problemática racial en Cuba (The Challenges of the Racial Problem in Cuba). La Habana: Fundación Fernando Ortiz, 2007 -, a 385-page study whose publication was authorized by Raul Castro´s regime, described the plight of the Black population as a whole.
Written by economist (Chief Investigator), Dr. Esteban Morales Dominguez , and based on 2005 data, it reveals that:


> Black population recorded growing impoverishments over the past 25 years;

> Cuba´s total civil and public leadership is predominantly white (71%); despite a Black population of somewhere between 62-72%;

> 72.7% of scientists and technicians are white;
> 80% of the professors at the University of Havana are white,
> and that average is pretty much stable throughout the country;
> privately owned land is 98% white;
> only 2% of the private sector in land is in the hands of Blacks;


> Blacks have only 5% interests in State cooperatives
and with growing privatizing of land, they will be totally disenfranchised;

> In 2005, 65.8% of able-bodied Black Cubans were unemployed,
> whereas employment of Whites exceeded 70%;

> In 2009, 70% of Cuban Blacks were estimated to be unemployed;
> the skyrocketing unemployment of Blacks has led to increased “black market” and other criminal activities, resulting in a prison population that is now estimated to be 85% Black, averaging in age between 18 – 28 years;


> 68% of white Cubans declared strong opposition to inter-racial marriage, and
> 58% said Blacks were “less intelligent than whites”, according to the 2005 survey.



> Blacks overwhelmingly (60.8%) blamed "racial discrimination" in hiring and promotion for these stark contrasts,
> while an overwhelming majority of Cubans of both races agreed that "racial prejudice continues to be current on the island" (75%).


> Because less than 15% of Cuban-Americans are Black, and 85% are Caucasians,
> increased Cuban-American remittances (now totaling more than $1.5 Billion per year) only further enrich white Cubans inside Cuba, creating greater disparities. Current US foreign policy is thus contributing to the creation of a new white elite in Cuba.

Justice Activists and Prison System

> There are 25 Black civil rights movements in Cuba, focused on racial justice and which are largely marginalized by the media and prevented from enjoying legal status.

> There is a sharp distinction between human and civil rights groups in Cuba with the human rights group being fundamentally white.

> Over the past 15 years, the two major Black civil rights movements which have emerged are the “Citizens Committee for Racial Integration” (CIR) and the “Progressive Arc Party” (PARP). Dr. Darsi Ferrer belongs to both.

> There are some 200 political prisoners in Cuba and about 60 are reported to be black; however, specifically Black civil rights activists are not considered political prisoners (including Dr.Ferrer) but “common criminals” and treated as a common prisoners in maximum security detention centers.


Proeminentes líderes dos Direitos Civis

> Manuel Cuesta Morúa, Porta-voz Nacional para o "Arco do Partido Progressista" (PARP);

> Leonardo Calvo Cárdenas, Vice-porta-voz Nacional para o "Arco do Partido Progressista" (PARP);

> Juan Madrazo Luna, Coordenador Nacional do “Comitê de Cidadãos para a Integração Racial" (CIR);

> Dr. Darsi Ferrer Ramirez, diretor do "Centro Juan Bruno Zayas de Saúde e Direitos Humanos", uma organização de direitos civis que oferece atendimento médico gratuito para os pobres do país;

> Lariza Diversent, esq. Advogada dos direitoscivis que se especializou em defender a juventude negra e impetrar ações judiciais contra o Estado em situações de comprovada a discriminação racial, perseguição racial e abusos raciais emgeral.


Prominent Civil Rights leaders




> Manuel Cuesta Morúa, National Spokesperson for the “Progressive Arc Party” (PARP);

> Leonardo Calvo Cárdenas, deputy National Spokesperson for the “Progressive Arc Party” (PARP);

> Juán Madrazo Luna, National Coordinator of the “Citizens Committee for Racial Integration” (CIR);

> Dr Darsi Ferrer Ramirez, director of the “Juan Bruno Zayas Health and Human Rights Center”, a civil rights organization that provides free medical attention for the country´s poor;
Fonte: me,orial Lelia Gonzalez

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