As constatações da realidade do nosso dia a dia nos ensina que espaço não se ganha, conquista-se. Nós, nordestinos em especial, temos este desafio natural, onde sobreviver é vitória, vencer é a glória.
O tema do momento, já não tão atual, é a regionalização. Considerando ser desnecessário abordar o assunto pelo lado que as abap's capítulos estaduais, as agências e as lideranças já fizeram com enorme competência, quero focar nos desafios da regionalização, dos "mercados" do Brasil, continental, plural, místico, gastronômico, natural, belo, mestiço, folclórico.
O maior desafio é "conquistar o espaço", que não nos será "dado" de graça ou sem muito trabalho.
Nossa comprovada competência em sobreviver deverá ultrapassar os limites normais atuais para a condição de vencer, ter sucesso, dar resultados, provar ser capaz, incontestavelmente. Não basta falar com sotaque, entender a cultura, saber "os caminhos", é preciso ter dados, informações, pesquisas, números reais e objetivos para defesa de meios e investimentos. Não basta belas estruturas ou quantidade de pessoas, é necessário profissionalismo, competência, agilidade. Não é a verba aplicada que importa, é o resultado obtido da equação entre o que foi gasto e o que retornou, cresceu e ampliou para o cliente, seus produtos, serviços e marcas. Cumplicidade, lealdade, parceria sem chavões ou discurso vazio.
Durante o ENA, realizado em São Paulo em setembro, isto ficou posto e claro por quem paga a conta, o anunciante: A nova ordem da comunicação é buscar caminhos para impactar todas as classes, mensurando resultados , otimizando a cadeia produtiva e superando crises e dificuldades. Quem se habilita ? Estamos prontos para vencer os desafios ?
De baixo para cima, pelas bases, deveremos contribuir para organização das associações de anunciantes estaduais, a exemplo da Aba, pois um bom trabalho de marketing começa por quem pede e manda. As entidades promotoras das ações coletivas de estímulo aos mercados e ao profissionalismo (associações, centrais, sindicatos e federações), não podem ser meros "cartórios ou grupos", passando a efetivos e concretos trabalhos aglutinadores e fiscalizadores, sem corporativismo, evitando desvios maculadores do conjunto e promovendo o mérito e o sucesso como referência. Os egos inflados devem dar lugar à humildade dos verdadeiramente competentes e vitoriosos, que sabem que somos um todo no antes, durante e depois.
Nos meus 25 anos de convivência com "comunicação", dez como anunciante ou usuário e quinze como veículo, vi e vivi as facilidades e dificuldades de trabalhar no nordeste com propaganda, onde criatividade é mais que um "dom", é uma imperiosa exigência de sobrevivência. Tomando a Bahia como referência, somos um estado de poucas verbas, poucos anunciantes grandes e fortes, de muitas demandas. Somos fornecedores de insumos e consumidores de produtos finais, onde o bolo é muito menor que as bocas que tem a alimentar.Nos demais estados do norte, nordeste e sul, não é diferente fora do eixo São Paulo / Rio. Daí a exigência de muita criatividade, trabalho, competência para buscar o novo, regionalizar as verbas concentradas. O bolo é mal dividido e para fazer jus a um pedaço é preciso vencer o desafio de mostrar-se capaz, propor, encantar, diferenciar, arriscar, ousar. O anunciante paga e investe, quer resultado, quer ver o gráfico com a curva ascendente, quer ver o planejamento bem feito, justificado, defendido. Marca é patrimônio e como tal, a jóia do tesouro. A nossa marca está direta e umbilicalmente ligada às marcas que cuidamos no planejar, criar, produzir, exibir e avaliar, corrigindo rumos, modernizado, adaptando e crescendo, sempre.
Não há mais espaço para o esperto, mas para o ético, leal, transparente e solidário com seu cliente. Estamos juntos no jogo para o que der e vier, somos um, para ganhar, somar, multiplicar.
Não há espaço para pensar nas crises, mas como supera-las, vence-las. Não há tempo para reclamação e lágrimas, mas para ousadia criativa, convencimento, venda de nós mesmos e dos nossos verdadeiros talentos, sem enganação.
Isto não é tarefa para amadores, aprendizes, mas para inovadores, motivados e motivadores, pessoas capazes de ver onde outros não enxergam, não com oportunismo, mas com oportunidade crítica, sensata e lúcida.
O desafio é maravilhoso, pois o jogo é duro. Nosso lugar é na primeira divisão, provando que merecemos jogar o campeonato e deixando claro que podemos ser campeões.
Antonio Carlos Aquino de Oliveira
Ex - Presidente da Anepo - Associação Nacional das Empresas de Publicidade em Ônibus, da Fenapex - Federação Nacional das Empresas de Mídia Exterior e do Sindicato das Empresas de Mídia Exterior do Estado da Bahia - Sepex - Ba.
Diretor da Mural Mídia Exterior e Serviços Ltda e da Imagem Mídia Exterior Ltda, de Salvador - Bahia.
Diretor da Mural Mídia Exterior e Serviços Ltda e da Imagem Mídia Exterior Ltda, de Salvador - Bahia.
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