sábado, 9 de janeiro de 2010

[discriminacaoracial] Presidente do Olodum pode disputar Senado?

Desde já o apoio à João Jorge Rodrigues, a quem acompanho desde 80. E quem vier me falar de contradições do indivíduo "Jãojorge", respondo que ele mantém uma linha correta em meio às contradições de Salvador Bahia Brasil.

João incorpora o que só fica em sonhos de teóricos, trazer política ao carnaval.
Quem viveu até a década de 80 em Salvador sabe que negro no carnaval só botava o pé no centro do "carnaval bahiano" depois da meia-noite e desfilava só prá polícia, que esperava na antiga Barroquinha, prá descer o couro em quem esperava o ônibus prá voltar prá casa.
O Olodum virou a ponta visível do iceberg das contradições da Bahia. Estado Matriz da consciência negra e africana do Brasil, e eleitora do que existia de mais atrasado, clientelista e capitão-do-matense na política brasileira.
O Olodum foi copiado do Oiapoque ao Japão, e não virou o 50 Cents americano. Tudo isto graças a arte de sobrevivência e capacidade de dar nó em pingo d'água que João Jorge como seu grupo representa.
Crescer intelectualmente sem perder os vículos com a população, projetar-se internacionalmente sem brancorromper-se. Colar-se à realidade crua e nua da vida do negro bahiano sem fazer apologia da miséria, tão de agrado dos que sempre escolhem a nós negros para sermos buxas-de-canhão e arrebatadores de votos, para depois jogarem foram como laranjas chupadas, sem direito à cartão de crédito ou viagem à Argentina, são mais que bons exemplos da capacidade de João Jorge Rodrigues para ser um bom senador. São trajetórias de vida de negros brasileiros contemporâneos que finalmente devem ser observadas e valorizadas. E João as incorpora.
Só quem conhece as vielas da cidade de Salvador, e o cipoal da política bahiana sabe o milagre que é um negro do quilate de João Jorge, ter conseguido sobreviver física e moralmente no lodo da violência e genocídio e transformar as condições adversas em mangues de criação Olodum.
Trazer esta prática econômica de sobrevivência para a política partidária não vai ser fácil. O exemplo da pré-candidatura do Gilberto Gil ainda está na memória: encheram o balão do homem e depois o "cumpadre" Antônio José, tirou o palanque debaixo dos pés do candidato que à época não se arriscou a falar de negro.
Se João conseguir ultrapassar a fase das quisilas partidárias, e o mn resolver apoiar finalmente um cadidato com consciência negra. O cara vai ter chances. E muitas, pois sei que terá uma plataforma de consciência negra com um discurso para todo a sociedade bahiana, como já comprovou com a existência/sobrevivência do Olodum.
Tá mais que na hora de botarmos nossas azeitonas em nossos próprios pastéis.
Já estou na campanha.
Por : marcos romão
mamapress

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