segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Redes faturam bilhões, mas negros continuam humilhados

Fonte: Afropress


As três principais redes supermercadistas do país – o Grupo Pão de Açúcar, do empresário Abílio Diniz, o francês Carrefour e o norte-americano Walmart -, contra quem tem sido freqüentes acusações de clientes negros, alvos de constrangimentos, humilhações e até violências ao serem tomados por suspeitos de roubos de mercadorias, tiveram no ano passado um faturamento de R$ 87,478 bilhões. O dado é da própria Associação Brasileira de Supermercados (Abras) que, na semana passada, divulgou pesquisa realizada com o Instituto Nielsen, informando que todos os anos os supermercados brasileiros registram prejuízo de R$ 4,3 bilhões com problemas causados pelos clientes, com destaque para o furto de mercadorias. 

As três redes protagonizaram os casos de maior repercussão no país em que pessoas negras foram discriminadas e até alvo de violência por parte de seguranças. Apenas o Carrefour negociou uma indenização evitando o processo judicial e os seguranças acusados foram indiciados pela Polícia de S. Paulo por tortura motivada por discriminação racial. O caso está na 2ª Vara Criminal de Osasco, aguardando o oferecimento da denúncia à Justiça por parte do Ministério Público. O Grupo Pão de Açúcar indenizou uma das vítimas - o garoto T., de 11 anos - maltratado na loja do Hipermercado Extra, da Marginal do Tietê, na Penha, mas se recusa a estender a indenização de R$ 260 mil aos dois outros menores agredidos - W. e M., respectivamente, de 13 e 14 anos. No caso do Walmart, onde a dona de casa Clécia Maria da Silva, depois de humilhada e maltratada na loja da Avenida dos Autonomistas, em Osasco, teve de ser removida para o Hospital Montreal, com uma crise hipertensiva e risco de AVC (Acidente Vascular Cerebral), nega-se a conversar com a defesa da vítima, alegando que o comportamento dos seus seguranças "foi normal". Lucros milionários De acordo com o levantamento da Abras, apenas os furtos geram perda de cerca de R$ 825 milhões para as lojas. Os produtos mais furtados, de acordo com os supermercados, são os que têm menor volume e alto valor agregado, que podem ser facilmente vendidos no mercado paralelo. A divulgação da Pesquisa pela Abras na semana passada em que culpa os clientes – a quem responsabiliza pelos furtos – está sendo considerada como uma resposta das redes as denúncias freqüentes de violências praticadas por seguranças. Só o Grupo Pão de Açucar, que reúne as bandeiras do Extra, Pão de Açúcar e Sendas – teve faturamento de R$ 36,144 bilhões. Em segundo lugar, vem o Carrefour, que reúne as bandeiras do Carrefour, Atacadão e Dia, com R$ 29,000 bilhões; em terceiro o Walmart, que reúne as bandeiras do Walmar e Sam’s Club, com faturamento de R$ 22, 334 bilhões. Em quarto e quinto lugar aparecem as redes GBarbosa, com faturamento de R$ 3,501 bilhões e Zaffari, com R$ 2,490 bilhões.
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