sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Maria Preta entrevista a artista Alba Vasconcelos que fala de sua exposição intitulada " Pele, a cor de cor", que vai até dia 13 de novembro no Palacete das Artes Rodin Bahia, e muito mais...

Alba Vasconcelos

Maria Preta - Quem é Alba Vasconcelos fale um pouco sobre você!

Alba Vasconcelos - Nasci em Jequié, e desde pequena sentia atração por arte, desenhando, aprendendo a bordar e a tocar piano. Meu pai fotografo amador, foi uma grande influência e aos 18 anos comecei minha carreira como foto jornalista. Depois, passei a trabalhar com publicidade e a me dedicar mais à arte. Mudei para New York em 77 e iniciei estudar arte, apaixonada por silkscreen e aquarela. Voltei ao Brasil e trabalhei por muitos anos em publicidade, fazendo as fotografias para as grades campanhas criadas por João Silva, para o Shopping Iguatemi. Realizei fotografias de diversos candidatos políticos sendo as mais conhecidas as de Eliana Kértez . Lídice da Mata (anteriores `a atual) as da última campanha de Alice Portugal. Voltei aos EUA em 93 e dedicando mais ao estudo de arte , com ênfase em esculturas. Retornando mais uma vez ao Brasil, junto com meu marido, o fotógrafo e diretor de fotografia Mush Emmons, fundamos a Jaguatirica Cinema e fotografia, empresa de locação de luz e maquinaria e produtora de imagens. Participei da exposição comemorativa ao ano da França no Brasil, O Sensível Contemporâneo (2009), na Galeria Canizares, em Salvador, da mostra coletivaArtes e Filantropia (2006) e da individual Retratos (2005), ambas promovidas pela Fábio Pena Cal Galeria no Super Clubs Breezes, Camacari. Em 2010, realizei mostra individual na Fundacão Dannemam e fui mais uma vez premiada na Bienal do Recôncavo, evento que premiou uma foto da artista em sua primeira edição (1990). Fui premiada com o prêmio da Bienal Fotobahia, em 1988, no Museu de Arte Moderna da Bahia.
Agora, reformamos o nosso estúdio e a Jaguatirica passa a oferecer serviços de fotografia, a qualquer pessoa, seja para uso profissional ou pessoal, que deseje ser fotografada com o nível de exigência de publicidade.


 MP- Como surgiu a ideia para esse trabalho? qual foi a motivação!

AV - Minha motivação foi fazer um estudo fotográfico focalizando a pele negra, sua expressividade ,beleza e texturas, fugindo de clichês já tanto explorados de raízes, religião e pobreza.


MP - Qual sua expectativa com a exposição, voce acha que existe racismo no Brasil?

AV- A de mostrar a beleza e força por sob as peles destas belas mulheres modernas, enérgicas e empreendedoras.
O racismo existe sim, hipocritamente disfarçado.

MP - Você morou nos EUA por um tempo, com foi essa experiencia, mesmo não sendo negra, vc era uma "Latin Women in United States", que sabemos
aqui no Brasil, que sofrem o racismo por serem latinos , fele um pouco sobre isso.

AV - Não tive grandes problemas nos EUA por ter morado em dois dos centros mais liberais e educados, New York e em Sausalito e Mill Valley,
na baía de San Francisco e ter convivido com pessoas educadas, artistas e profissionais liberais.
Por ser de raças misturadas, mestiça com muito gosto, fui bem aceita em todos os grupos. Interessante é que nunca me achavam latina e sim indiana, nativa americana, persa, israelita, francesa e italiana (quando cortei os cabelos bem curtos e muitas vezes que fosse nativa das ilhas no pacifico. Talvez minha forma de vestir e portar fuja do estereotipo da mulher brasileira divulgado lá fora.
Andava com naturalidade nas áreas negras de New York e Oakland, onde estudei e era chama de “sister “muitas vezes.
As duas vezes que fui mais maltratada, na minha situação como estrangeira, as agressões partiram, inexplicavelmente, de dois afro-americanos.
O fato mais chocante foi a irritação que o médico da família de meu marido demonstrou ao nos dar a atestado médico necessário para casamento na Califórnia. A família de Mush, das pessoas que conheço mesmo no Brasil, são as com menos preconceitos raciais e sociais que tive a felicidade de conviver.

MP - Qual o seu ideal de fotografia?
AV - A boa fotografia. De preferência com linguagem contemporânea mas com toda afeição `a tradicional também.

MP - Pele, a cor de cor - esse nome da exposição é bem interessante: como chegou a esse nome para o trabalho?
AV - A tentação de usar as fotos coloridas foi grande, são muito bonitas. Assim, ao decidir por P&B, a cor ficou na memória. Mas também a cor da cor negra.

MP- Voce é uma ativista em prol dos animais , como esse trabalho, quais as maiores dificuldades?

AV - Por consciência, fazemos o trabalho que deveria ser do estado e que é também questão de saúde pública. Mas os grupos, ou indivíduos, não dispõem de recursos para dar conta de tantas vítimas de maus tratos e abandonos. E´ uma tarefa `árdua, com altos custos emocionais e financeiros. Se faz necessário a criação de leis que tornem obrigatória a implantação de chips , tornando assim possível a localização e punição dos ir-resposáveis. A lei de chip seria também um controle na criação comercial desenfreda.
Criação de delegacia voltada `a proteção é urgente.
No loteamento onde moro, em Piatã, os patos estavam sumindo, sendo mortos. Apesar de muitos manifestarem repúdio ao fato, poucos se disponibilizaram para protegê-los.

Outro medida necessária em prol dos animais, é o de promover educação quanto às vantagens da alimentação vegetariana. Além dos benefícios físicos conhecidos,existe o conforto de poder se alimentar sem culpa, sem pensar de que forma seu alimento morreu.

Tenho 3 gatos ( duas gatas já castrada), uma cadelinha 100% vira-lata e um mestiço de labrador amarelo cãezinhos para doação, todos absolutamente adoráveis. Quer um? Ajuda a divulgar?

MP- O que motiva você a se manter fiel à fotografia?
AV - E quem disse que sou fiel?... Rs Traio constantemente com esculturas, pinturas, cerâmicas, joalheria, móbiles...o que o meu desejo ditar.

Beijo e obrigada pelo apoio.

Alba Vasconcelos

2 comentários:

ro moraes disse...

Gostaria de assistir a exposição deve ser linda!
moro em floripa, virá pra cá?
Em todo o caso parabéns pelo tema. As fotos devem ser maravilhosas!!
abraço
ro moraes

alba disse...

Obrigada. Adoraria mandar a exposição para Floripa.

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