Luz, câmera, atenção!Em breve estreia nos cinemas do Brasil o filme “O Jardim das Folhas Sagradas”, do cineasta baiano Pola Ribeiro. Não se trata de acontecimento trivial e explico:há muito tempo que as grandes produções do cinema nacional se apoiam em duas fórmulas de sucesso: o “favela movie”( Cidade de Deus,Carandiru, etc) e as comédias românticas da Globo Filmes que, pela máquina de promoção de que dispõem, “entopem” com facilidade as salas do país.De vez em quando, pula daqui ou dali um “Estômago”.E o resto, o grande resto fica por conta dos blockbusters norte-americanos , que servem de pretexto para o consumo de sacões de pipoca e espetáculos de deseducação de plateias boçais nas salas escuras.
Assim como Glauber Rocha(que falta esse agitador cultural faz!)nos apresentou , em 1964, um Brasil que vivia escanteado, com todos os ingredientes do nosso inconsciente cultural, escancarando uma realidade latente com poesia cinematográfica incomum, Pola Ribeiro, em 2011, nos conta o universo da cultura afro-baiana na expressão do Candomblé e sua tensão dialética entre a tradição e a modernidade.É obra de ficção com enredo, personagens, cenários, uma história apaixonante que prende nosso olhar da primeira à última cena.
Um aviso e um grande pedido: se você acha que o “Jardim” faz mero proselitismo religioso, pode desarmar seu preconceito. Seja qual for seu credo, tenha certeza de que você estará diante de uma obra de arte da maior relevância e beleza.Algo que nos engrandece e nos permite uma emoção estética de alto teor.Filme que você vai ver e não esquecer jamais.
Jorge Portugal – educador e comunicador . E-mail> secretaria@jorgeportugal.com.br
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