Uma das coisas mais importantes que apreendi em Londres nos recentes estudos em Digital Marketing que fiz foi a constatação óbvia que a Web se mostra ao mesmo tempo territorio livre da opinião e criação, e dabandidagem e enganação, e quanto o mundo segue mudando em busca do novo, usando cada vez mais essa plataforma como ferramenta para isso.
Porém o mais comum em todo lugar, atualmente, é a tentativaconservadora de tradicionais empresas de comunicação de controlar eimpor formatos, especialmente de comercialização, procurando seposicionarem no mercado crescente, mas com a mesma cabeça velha eviciada de seus modelos de negócios, cada vez com menos resultadospara seus clientes. E para isso, desesperadas, afundam na lama dahipocrisia e usam de tudo para formar opiniões: as velhas fórmulas derevistas fantasmas, matérias compradas, perfis fake, publicaçõesvazias, cases falsos, e muita, muita fuxicagem, malandragem e jogo sujo.
Isso é contraposto por novas, vigorosas e criativas empresas, queentendendo a web como centro das possibilidades de customização einovação de mensagens, com liberdade, inteligência e imaginação, demãos dadas aos seus clientes e com foco nos resultados, usam atecnologia e a capacidade criativa para representar o que há de maisavançado: a busca pela honestidade na comunicação, jogando no lixo asconversas moles e mofadas, que invariavelmente cobram mais do quevalem, vendem e não entregam, nem a mensagem, sem nenhum padrão ético,nem responsabilidade com o cliente ou com o lugar. Grandes anunciantescomo Absolut, Pepsi e Coca Cola cada vez mais contratam criativasempresas como Breakfast, Razorfish, Huge ou Firstborn para cuidar dasua comunicação na internet, buscando alinhamento mais eficiente comessas tendências.
Os negócios de comunicação na web no Brasil, depois de anos delentidão provocados pela bolha acionária das empresas do setor, queenriqueceu e quebrou muita gente, são hoje estimulados pelas novastecnologias e formatos, pela democratização dos acessos, e começam ase consolidar como grande alternativa para anunciantes tradicionais ounão. Ainda que primariamente, o mercado vai entendendo e valorizando aliberdade e a verdade característicos desse meio como fundamentais, adespeito dos incomodados e contrariados, que tentam manipular ecensurar, seja por conservadorismo, loucura, má fé, ou desvio decaráter mesmo, querendo, a qualquer custo e desmatando qualquer ética,abocanhar suas fatias nessa nova fronteira da comunicação.
Obviamente existem profissionais sérios em qualquer setor, e emempresas de qualquer tamanho, daí a dificuldade de saber quem é quemnessa exposição geral e irrestrita, submetendo todos, clientes eanunciantes, a equívocos de avaliação em comunicação cada vez maiscaros e inconfessáveis. Mas essa é exatamente a janela deoportunidade, de mudança de modelo - e formato de publicidade,comunicação e propaganda - que se projeta velozmente para o futuropróximo: uma chance, talvez única, como um setembro árabe, de seseparar o joio do trigo, entender a diferença entre mouse e rato, ou oprimário: entre verdade e mentira, quem tem compromisso ou não, entreo passado e o futuro, entre trabalhadores e capatazes.
Manter o espirito libertário da Net, mais que uma postura deresistência, já se mostrou, para o próprio negócio, uma questão desobrevivência, pois dele depende essencialmente sua inovação, suaalma. Tudo que o conservadorismo de modelos comerciais ultrapassadosnão quer e ainda não se acostumou, por não haver o tal controle, basedesse tipo de organização ultrapassada. Não dá para se olhar a webcomo algo excessivamente ameaçador, de grande potencial de risco aimagem, apesar de ser, e querer vender belicamente vacinas paraameaças, sem antes enxergar toda a maravilha de cenário que elarepresenta, de possibilidade de se mostrar, sem nada a temer, querendoachar os sonhos desse hotel, o lugar nesse trem doido do clube da esquina.
Daí que, paradoxalmente, ao mesmo tempo que o sucesso da internetdepende essencialmente do comprometimento, de todos os envolvidos nonegócio, com a liberdade e honestidade, o aprofundamento e o domíniode ferramentas de medição de resultados, da estatística e matemáticaaplicadas, cada vez mais precisos, passam a ser os grandes aliadosdessas novas empresas e dos seus clientes, mais comprometidos com odesenvolvimento em novas bases, que apostam no sonho azul, em busca daopinião verdadeira, do real comportamento do consumidor, dastendências, ouvindo mais que impondo, para viabilizar seus negócioslimpos e sustentáveis. Mas é preciso coragem para aceitar o desafio,para encarar a ciência e a sensibilidade de frente, juntas. Não dápara separar homem e trabalho, empresa e ambiente, somos todosresponsáveis pelo lugar e momento. Não se admite mais pessoas eorganizações preconceituosas, racistas e destrutivas quererem posar deavançadas na web, não cola, não adianta mentir. E enxergar isso é onovo de todo dia. Fazer o dever de casa. Que tal começar hoje pela sua comunicação? Que tal pensar o novo?
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