Revolta e surpresa entre funcionários do hotel em que José Dirceu trabalharia
Os funcionários do Hotel Saint Peter, no Setor Hoteleiro Sul, em Brasília, foram tomados por um misto de surpresa e indignação nesta terça-feira, diante da notícia de que o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, teria assinado contrato para ser gerente do local, enquanto cumpre prisão em regime semiaberto no Distrito Federal. Oficialmente, o gerente destacado pelo hotel para atender jornalistas disse que não tem conhecimento sobre a notícia.
A informação sobre a contratação de Dirceu foi dada, nesta manhã, pelo advogado José Luís Oliveira Lima, ao site G1. Desde o começo desta terça-feira, a diretoria do hotel e a gerente-geral, Valéria Linhares, estão reunidos. O advogado de Dirceu não esclareceu se seu cliente ocuparia o cargo de Valéria ou seria gerente de outra área da instituição.
Com 382 quartos, todos com varanda, equipados com cofre eletrônico, interet wi-fi, o Saint Peter oferece apartamentos com preços na média dos grandes hotéis de Brasília. A diária da suíte Executive Single, para uma pessoa, custa R$ 510. O quarto triplo sai por R$ 630. Pertenceu ao empreiteiro e ex-deputado Sérgio Naya, o mesmo dono do edifício Palace II, que desabou, na Barra da Tijuca, no Rio.
O atual dono é o empresário Paulo Abreu, dono do grupo Mundial de Comunicação, responsável por várias emissoras de rádio e e uma emissora de televisão, a TV Mix. Abreu arrematou o hotel após a morte de Naya em um leião de bens para pagar os antigos compradores dos prédios Palace I e Palace II.
— Existem várias áreas, com diferentes gerentes e diferentes atribuições, mas desconhecemos qualquer informação sobre isso. A operação do hotel é em São Paulo e nós, em Brasília, ainda não fomos informados de nada — explicou o gerente Rafael Loos.
Outro gerente que conversou com o EXTRA pedindo anonimato disse ter sido acordado ontem com a notícia, publicada no fim da noite pelos sites. Perguntado sobre como se sentiria tendo Dirceu como chefe, foi breve na resposta.
— Deus me livre.
A possível novidade também não agradou a um funcionário da manutenção.
— Isso é palhaçada. Como é que uma pessoa presa vai comandar um hotel deste tamanho? Está errado. Mas tem dinheiro, né, então tudo é mais fácil — comentou, rindo.
A ida de Dirceu para a gerência do Saint Peter desagradou até taxistas do ponto que atende o hotel.
— Não vai ser legal. Clientes que precisam de discrição não vão mais querer se hospedar aqui, pois o hotel vai ficar em evidência o tempo todo — criticou um motorista.
Fonte: O Globo
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